Um dia uns amigos meus trouxeram-me de Espanha uma "prenda" (as pessoas pelam-se por dar prendas) que era uma plaquinha de madeira, com um pequeno furo em cima, para supostamente pendurar na parede.
E tinha escrito:
"Ver é crer.
Mas tocar ainda é melhor"
Na sua ingenuidade simples, na sua marotice adolescente, a plaquinha colocava uma série de interrogações.
De outra vez, plaquinha parecida na qual havia ao centro desenhado o perfil de um buraco de fechadura.
E dizia: "espreite e verá a [nome de uma sex symbol espanhola da altura, creio que uma tal Susana Estrada, seria?] nua, do outro lado"
E com estas e outras ingenuidades se ia a nossa juventude também entretendo.
Hoje, muitos tocam; e, outros, decerto só espreitam, como sempre aconteceu e há-de acontecer.
E aqueles últimos, que julgarão ver? Que lhes dirão as plaquinhas que eles devem ver? Que fantasia estas objectivarão?
Não sei. Vejo muitos andarem numa irrequietude insatisfeita, de grandes unicórnios à busca, arfantes, ou ciclopes, mas com um grande olho cego e dilatado no meio da atenção.
Essa busca não será aquilo a que alguns chamam propriamente a obscenidade?
(Advertência: se por acaso tudo isto não fizer sentido, é do sono... levantei-me às 7 horas de ontem; mas a música que tenho nos ouvidos não me deixa parar)
1 comentário:
Susana Estrada rodó filme con Amando de Ossorio en Camariñas, 1980
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