sábado, 1 de novembro de 2008

fila de espera




Quem disse que hoje não chegou ninguém

É porque está desatento.

Entre corredores e portas,
As filas de espera acentuaram-se.

E até os raios de luz
Da aurora
Pediram licença para entrar.

A Casa tornou-se uma repartição
De memórias,
Cada uma delas batendo forte
Com o carimbo.

E os familiares e antepassados
Tiveram de esperar na Escada
Pela sua vez.

Desculpe, dá-me licença,
Quero dizer uma última palavra
Ao meu filho.

Espere pela sua vez.
Aqui somos todos iguais.

Mas o meu filho está a arder.
Mas eu estou a arder.
Não vê, pois que é urgente?

Eu só vejo a luz
Que se insinua;
As ordens, a luz que vem de Fora.

Apenas não compreende isto,
Tão elementar,
Quem está desatento.

Carimbe-se, assine a folha
De Presenças,
E espere.

A Casa encheu-se hoje
Demais.


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texto e foto voj novembro 2008 porto

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