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Fonte:Imageshack
Os tablóides americanos dos anos 20 e 30 abriram caminho à procura da foto pura e dura (pornográfica). As manchetes silvavam como uma chibata perante o puritanismo americano da Lei Seca. Elas representavam esse paradoxo da moralidade pornográfica, na qual se expõe a crueza do mundo para sobre ele aplicar um julgamento
Casos como Ruth Snyder ajudaram a criar uma iconografia que inspirou o musical Chicago. Foi a primeira foto de alguém a morrer numa execução. Todo o seu caso foi alvo de um escrutínio sensacionalista (ela e o amante mataram o marido à paulada, contendo assim os ingredientes para uma boa história). Essa foto aqui reproduzida (e publicada no Daily News) impressiona pelo aparato. A morte na cadeira eléctrica surge exposta ao público. Ela possui uma carga erótica, salientada pela ideia da cadeira e do aparato eléctrico. O público queria ver e o que viu...
Estes tablóides abriram caminho para a exposição das entranhas na montra pública. As suas ruas eram sujas, as pessoas eram asquerosas (ou não) e tudo era misturado puxando pelo lado voyeur.
Cinquenta anos depois também o cinema iria abrir o seu espaço para o sangue e para as entranhas até terminar no estilo Gore contemporâneo. Mas o Gore não possui a carga erótica dos tablóides. Ele possui os ingredientes (misturando excitação e violência) mas...
No jogo do explícito há que saber como manter a carga do não explícito. Há que jogar com o querer ver. É esse o segredo em pornografia.
(E com que direito reproduzimos a foto da morte de alguém? O que acarreta a exposição?)
1 comentário:
será que tem que ser uma questão de direito? ou de Direito?
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