Viajar um pouco tem esta óbvia vantagem: experienciar diferenças. E não há diferenças mais saborosas de saborear do que as que estão mesmo ao pé da porta, ou se vêem das janelas, mas em que nunca tínhamos reparado, por não as podermos contrastar com coisas diferentes.
O provinciano não é aquele que ama a sua terra (em que nasceu e/ou vive). O provinciano é o que passa pelas coisas sem reparar na sua diferença e na sua infinita melancolia (na ausência da sua presença e vice-versa).
Essa banalização do hábito em que as rotinas se desenvolvem é propriamente insuportável, indecorosa.
2 comentários:
Concordo plenamente.
É também isso propriamente o que cria o interesse de qualquer experiência, inclusive artística... ver, ver de forma nova o que antes nos parecia banal, sem interesse, até ridículo ou obscuro... em poesia isso vem sob a forma de frases, de versos, que depois arquitravam o trabalho, numa estranha construção! Mas em arqueologia é o mesmo: o espectacular, já muito batido, encanta momentaneamente, mas é aquilo em que nos envolvemos mais profundamente que passa a fazer parte da nossa experiência e da nossa vida, no nosso "saber-fazer" que acaba por importar...
Boas férias!
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