segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Tallin (e o Báltico)

Tallin ao anoitecer (vista a partir do nosso quarto, que ficava mesmo junto ao porto)

Tallin visto a partir de um dos seus pontos mais elevados (perto do palácio do governo)

O centro de Tallin com bastantes turistas (como convém) principalmente italianosPorta da Casa dos Cabeças Negras (existe uma outra casa pertencente à mesma fraternidade em Riga).
Ruas da Tallin medieval
Edíficios novos que surgem em várias partes de Tallin e que conferem à cidade um ar bastante contemporâneo.
Evita Alle numa das ruas de Tallin

Tallin é uma cidade que parece ser mais pequena do que Riga e que parece viver uma maior prosperidade. No geral a Estónia parece ter aproveitado melhor a sua entrada na União Europeia do que a Letónia. A esse facto não deve ser alheia a proximidade com a Finlândia, não só em termos geográficos (de Tallin a Helsinquia é apenas 1 hora e meia de ferry) como em termos culturais (o estónio pertence à mesma família linguística do finlandes). Graças ao contacto com a Finlândia durante os anos em que pertenceu à URSS (o sinal de alguns canais de TV finlandeses era captável nalguns pontos do país, nomeadamente em Tallin), a Estónia conseguiu assimilar melhor a cultura europeia, embora, óbviamente, que ainda tenha as suas cicatrizes e problemas para resolver (dos quais a questão da minoria russa se apresenta como problema premente). Por vários locais do país nota-se a presença de uma cena alternativa muito interessante.

É impressionante como dois países vizinhos podem ser tão diferentes. A Letónia tem ainda muito que aprender com a Estónia, muito por culpa do modo como se deixou levar pela América no pós-comunismo (sente-se óbviamente influência dos conservadores americanos, o que, óbviamente, só prejudicou a Letónia - sendo a UE a grande culpada desta situação).
Em Riga corre um rumor de que mais tarde ou mais cedo o país será anexado pela Suécia (que tem nas suas mãos a maior parte do sistema bancário letão), sendo que as pessoas com que contactei não se demonstravam muito desagradas com essa hipótese. Tendo em conta a triste situação em que a Letónia se encontra (e não deixo de realçar que foi deixada nessa situação, nomeadamente por uma certa inoperância de Bruxelas, não tanto por falta de fundos, mas por falta de agentes que transportem para a Letónia o ideal europeu) o maior contacto com a Suécia traria benefícios óbvios. Maiores por certo do que certos ventos polacos que por vezes sopram nesta direcção, que insuflam as bandeiras do nacionalismo, em ideais que remetem para a Europa de inícios de século (nos seus nacionalismos conservadores, que derivaram em fascismos vários, dos quais Portugal, infelizmente, serve de exemplo).
Todos nós portugueses nos lembramos dos inícios da nossa integração na Comunidade Económica Europeia. Se vivíamos num tempo anterior ao da União, é curioso verificar a diferença entre a informação que Bruxelas fez chegar até nós e a informação que chega à Letónia.
A ideia que passa da Letónia é a de que está (ainda) a saque, numa fenómeno de ressaca pós-comunista. É bastante triste e deixa fundamentalmente a Europa mal.
Muito tem de ser feito por aqui, sobretudo a nível cultural (na diferença entre a Estónia e a Letónia se pode ver como a cultura é um todo fundamental que signifca desenvolvimento).

1 comentário:

Vitor Oliveira Jorge disse...

A Evita, com o devido respeito, ainda é o melhor monumento local...