quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Não é para assustar, mas..

Era para responder como comentário mas dada o carácter da coisa, assim fica mais visível para servir de aviso sobre a greve da Groundforce (até porque o comentário já ia longo).
Sobre o post do Vitor sobre a greve. Infelizmente, conte que sim, caso viaje pela TAP ou qualquer outra companhia que tenha o handling pela Groundforce, sendo que no Porto talvez tenha mais sorte do que em Lisboa (que funciona sempre pior). Vou-lhe relatar o que nos aconteceu agora:
Ontem quando estávamos em Gatwick, preparados já para embarcar para o avião, chamaram-nos ao balcão (através daquele sistema de som que têm no balcão de embarque). Dado que estávamos a viajar primeiro com a AirBaltic e depois com a TAP pediram-nos para identificarmos as malas (as quais estavam na manga de embarque, junto ao avião). Nós confirmamos que as malas eram as nossas (não sem termos ficado um pouco surpreendidos com o acontecimento, sendo que a simpática funcionária britânica nos assegurou que não era nada de especial). À chegada a Lisboa eis que uma das malas não aparece. Isto depois de verificarmos que as malas daquele voo estavam a chegar a conta-gotas (um voo que até vinha algo vazio), o que nos fez esperar bastante tempo (houve malas desse voo que inclusivamente chegaram já na altura em que estavam a chegar as do voo seguinte). Bom, diga-se que no autocarro que nos levou do avião para o aeroporto, vimos o espectáculo de malas a cair de uma carrinha, com o funcionário a voltar e a apanhá-las da via, cena essa relatada por outras pessoas na área de chegada da bagagem (que vinham de outro voo) com pormenores de aparentes ziguezagues por parte do condutor. Lá fomos apresentar a reclamação, não deixando de reparar no estranho que era uma das malas ter chegado e outra não, quando as tínhamos visto às duas juntas na partida de Gatwick, ali na manga de embarqque, junto ao avião. O simpático jovem funcionário da Groundforce afirmou-nos que isso era corrente (embora certamente que corrente corrente é capaz de não ser, ou pelo menos não deveria), mas para não nos preocupar-mos porque nos enviavam a mala para casa no dia seguinte, sendo que ela deveria seguir no próximo voo proveniente de Gatwick. Isto foi ontem. Hoje esperamos toda a manhã que nos contactassem, mas nada. Decidimos telefonar para o número que nos deram, que tem um atendimento automático. Eis pois que a mensagem automática nos indica que a mala está retida no aeroporto. Ligamos para um outro número que vinha indicado pela Groundforce. Informam então a Evita (a mala é dela) de que ela terá de se deslocar ao aeroporto para reaver a mala. Ela lá diz que foi informada pela Groundforce de que a mala seria enviada para casa e que inclusive seria contactada com mais informações. Do outro lado da linha informam tacitamente que é essa a informação que têm da Groundforce (de que a mala tem de ser levantada no aeroporto) e que para qualquer reclamação devemos enviar um fax à Groundforce. Sendo que nem toda a gente tem fax e o email é um meio bem mais fácil nestes dias, e dado que vinha inclusive indicado como meio de contacto a par do fax, eis que a Evita enviou um email, logo a seguir ao almoço, reclamando da situação. Até agora não houve resposta.
Como diz a oração: eis pois advogada a nossa esperança... de que a mala possa vir para ao seu destino, sem mais complicações e assegurando a Groundforce o que lhe compete.
Assim que oiça as recomendações que a própria TAP fez pelos meios de comunicação social hoje: leva apenas bagagem de mão e faça o check in online (já sei que é uma semana e..., mas lembre-se que eu nem sou de grandes preparações ou alarmes).
Como sabe sou algo versado na arte de viajar (eu parto no dia seguinte ao seu para Veneza, seguindo para a Croácia). Tendo a tendência para viajar apenas com bagagem de mão (adoro aquele meu saco). Sobretudo por experiências de longas esperas no "belo" aeroporto de Lisboa (que saudades de viajar pelo Porto, desde a simpatia dos funcionários no check in, até à velocidade com que as malas aparecem a seguir ao voo).
Para nós serve de lição: Evita a partir de agora evita a Groundforce (isto quando vínhamos a comentar que até tinha sido um voo tão bom com a TAP, estando até contentes com a companhia, dado que não houve nem aqueles habituais atrasos que se tornaram habituais no passado recente da Portela, o pessoal de bordo tinha sido muito agradável, chegamos antes da hora marcada, numa aterragem muito suave, enfim, demasiada bela logo algum senão).

2 comentários:

Vitor Oliveira Jorge disse...

Obrigado !
É tramado isto, uma viagem caríssima e um país para onde em rincipio seria preciso levar uma variedade de coisas... isto já nos cortou a priori parte do prazer que esperávamos ter! Nós vamos com a Lufthansa, mas a Groundforce tem o monpólio da manipulação das malas nos aeroportos...ao que julgo! Vai ser o caos !!!!!!!!!!

Gonçalo Leite Velho disse...

Não, não tem o monopólio. Existe a Portway que opera sobretudo os voos das low cost (mas não só) e que (na minha experiência) funciona muito melhor. Mas sim, a Lufthansa é Groundforce.
A ideia do prazer em viajar é algo que só consigo perceber como puro masoquismo. Comentava isso com a Evita algures nas nossas 3 horas de espera em Gatwick (entre voos). O prazer com que cheguei a casa, em como desfrutei este meu dia aqui sossegado, não tem preço (duplamente, dado que é mais económico).
Viajar é o melhor exemplo do objet petit a, sendo que o "touristic gaze" se manifesta não só no modo como se "desfruta" dos sítios, como no modo como a foto se torna o paradigma da nostalgia, na qual se desfruta também à posteriori (há aquele livro famoso da Sontag sobre a Fotografia, em que ela aborda esta questão). Há reflexões muito interessantes da Copjec sobre esta questão do gaze naquele livro sobre o qual planeava continuar a postar (já o acabei de ler e passei para o da Zupancic - the odd one in).