Em tempos de incerteza em relação ao futuro do nosso Património arqueológico, quer ao nível da sua salvaguarda, investigação ou valorização, é importante que seja disponibilizado um sítio musealizado como este. Mas, em tempos de incerteza, não posso deixar de constatar que os poucos projectos que têm avançado são o que resta de programas à muitos anos lançados; foi assim com o início da construção do Museu do Côa ou com a inauguração do Museu Arqueológico de Braga; será assim com Castelo Velho. E agora? Como vamos manter toda uma vasta série de equipamentos? Como vamos dinamizar os públicos para usufruirem de tantos locais que permanecem esquecidos?
Em visita recente ao Alentejo fiquei assutado e revoltado com o mau estado de Santa Vitória, um povoado Calcolítico propriedade do Estado e no qual foram realizados pelo IPPAR diversos investimentos no sentido da sua "musealização". Ali trabalhei muitos anos e sempre que ali regresso verifico que o sítio vai sendo esquecido. A vegetação cresce descontroladamente; as estruturas desfazem-se; a vedação vai sendo desmantelada; a sinalética está desbotada e perdeu a leitura; o sítio é hoje uma insólita lixeira nocturna.
Afinal, quem toma conta de Santa Vitória? Espero que Castelo Velho tenha melhor sorte.
Susana: parabéns e boa sorte para amanhã. E agora, esperamos em sobressalto pelos seus próximos passos (como investigadora).
Caro Miguel, todos nós sabemos o que custa fazer arqueologia em Portugal. Mas os que nos sucederem perceberão o que a nossa geração (a dos cinquentões,alguns a passar aos sessenta...) deu a este país ácido para com os seus mais lídimos lutadores e criadores...
4 comentários:
Lá estarei!!
Eu sei que é só um evento. E, no entanto, estou um pouco sobressaltada...
Susana
Em tempos de incerteza em relação ao futuro do nosso Património arqueológico, quer ao nível da sua salvaguarda, investigação ou valorização, é importante que seja disponibilizado um sítio musealizado como este. Mas, em tempos de incerteza, não posso deixar de constatar que os poucos projectos que têm avançado são o que resta de programas à muitos anos lançados; foi assim com o início da construção do Museu do Côa ou com a inauguração do Museu Arqueológico de Braga; será assim com Castelo Velho.
E agora? Como vamos manter toda uma vasta série de equipamentos? Como vamos dinamizar os públicos para usufruirem de tantos locais que permanecem esquecidos?
Em visita recente ao Alentejo fiquei assutado e revoltado com o mau estado de Santa Vitória, um povoado Calcolítico propriedade do Estado e no qual foram realizados pelo IPPAR diversos investimentos no sentido da sua "musealização". Ali trabalhei muitos anos e sempre que ali regresso verifico que o sítio vai sendo esquecido. A vegetação cresce descontroladamente; as estruturas desfazem-se; a vedação vai sendo desmantelada; a sinalética está desbotada e perdeu a leitura; o sítio é hoje uma insólita lixeira nocturna.
Afinal, quem toma conta de Santa Vitória? Espero que Castelo Velho tenha melhor sorte.
Susana: parabéns e boa sorte para amanhã. E agora, esperamos em sobressalto pelos seus próximos passos (como investigadora).
Caro Miguel, todos nós sabemos o que custa fazer arqueologia em Portugal. Mas os que nos sucederem perceberão o que a nossa geração (a dos cinquentões,alguns a passar aos sessenta...) deu a este país ácido para com os seus mais lídimos lutadores e criadores...
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