segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Telling Bodies: Practices, Discourses, Looks

I quote from the program of this congress, to be held in Barcelona next March:

First International Conference “Body and Textuality”
Universidad Autónoma de Barcelona
26-30 March, 2007


Telling Bodies: Practices, Discourses, Looks


The body in the 21st century is everything but a certainty, a condition which raises an infinite number of questions. How do we inhabit the body that we are/have? How does the body present itself and represent us, and to what extent? How does it become legible and intelligible? What does the body say? What can it say, what can’t it say? About who or what? How may I influence what the body I am/have says or represents? Does my body belong to me, or do I belong to it? Is this a relationship of belonging, or rather of participation without belonging? What power does my body have? Which are the categories that make it visible? What is the body?

Contact email: cg.lostextosdelcuerpo@uab.es
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My paper: Face to face with perplexity : the radical ambiguity of image as a seductive visage

Resumo em português:
A PERPLEXIDADE FACE A FACE: AMBIGUIDADE RADICAL DA IMAGEM COMO ROSTO SEDUTOR

O corpo, parecendo um dado universal, e um suporte de signos como Marcel Mauss e tantos outros mostraram, é de facto, como realidade objectivada, uma invenção recente da nossa cultura.
A sua suposta expressividade, e em particular a do rosto (“espelho da alma”, conversa “olhos nos olhos”, etc.), estão também ligadas a uma série de mitos ou obsessões contemporâneas, como as do amor romântico, da sedução, do fascínio.
Pois que é o rosto, ou a sua imagem, senão uma abstracção, uma realidade fluida, uma imagem que se não pode fixar, um fetiche? Que pode um rosto comunicar (isto é, mostrar e ocultar ao mesmo tempo)?
De onde deriva a força de sedução da imagem do rosto erótico e do que é eventualmente considerado “pornográfico” (sendo que a fronteira das duas “realidades” tende evidentemente a esbater-se) ? Qual o poder que tem sobre nós, nós que já não somos aqueles que vêem (controlam) as imagens, mas sim os que são observados e interpelados por elas, por todo o lado, e a cada momento, desde os espelhos à publicidade?
Quem são os eus de mim e quem são os eus dos outros que me olham dessas fugazes (e por vezes fulgurantes, perturbadoras, eventualmente sedutoras) imagens?
Como se pode atingir o cansaço de tanta pseudo-comunicação? Como pode o desejo exaurir-se na multiplicidade dos seus objectos?
As questões da “verdade”, da objectividade, da representação e da auto-representação, e ainda da comunicação interpessoal, entre muitas, estão aqui, necessariamente, presentes.
Interroga-as o poeta e o arqueólogo, mesclados num só ser biográfico, que procura salvar-se da camisa de forças disciplinar com que tentaram encarcerá-lo nos hábitos do senso-comum e nas celas compartimentadas do saber e da experiência, isto é, da vida frustrada.

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