sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Eco do dia 10 de Janeiro de 2007


Fonte: http://www.oprimeirodejaneiro.pt/
?op=artigo&sec=c20ad4d76fe97759aa27a0c99bff6710&subsec=&id=bfe
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Com o agradecimento ao jornal O Primeiro de Janeiro (ver também suplemento Artes da próxima segunda-feira, dia 22 do corrente) transcrevo notícia que ali saíu no passado dia 11.

"Total Afloração» - o novo título do poeta/arqueólogo Vítor Oliveira Jorge

Actualmente desalinhada

Ligado à poesia há 33 anos, Vítor Oliveira Jorge apresentou, ontem, na Biblioteca Almeida Garrett o seu mais recente livro, «Total Afloração» publicado em Dezembro pela Papiro Editora. Os poemas que testemunham o seu percurso estiveram no centro da apresentação.

por
Goreti Teixeira

O que pode o leitor encontrar em «Total Afloração»?. Uma pergunta que desde logo desvenda o caminho literário que Vítor Oliveira Jorge, docente de Arqueologia, tem vindo a trilhar na poesia há 33 anos. «Total Afloração» é o título do seu novo livro apresentado ontem na Biblioteca Almeida Garrett e que, segundo o autor, “reúne uma poesia que não está muito alinhada com a mais comum que se faz hoje, onde existe a tendência para uma poesia mais do quotidiano, com referências bastante desmistificadas de um mundo desencantado em que vivemos”. Uma tendência que Vítor Oliveira Jorge não nega na sua poesia, mas o seu objectivo poético passa muito mais pela tentativa de “atingir e exprimir o êxtase. Um êxtase que é desde logo estético, mas também entendido no seu sentido mais global em que se pode juntar o êxtase religioso ao erótico e é essa mistura que tento alcançar”, sublinha o poeta. “Em qualquer actividade criativa, assim como na vida, – continua – a idade é uma componente fundamental na poesia. Hoje valoriza-se muito a juventude, os seus ideais e todos nós queremos sobreviver jovens até ao dia da morte”. Talvez, por isso, compare a poesia e a vida ao vinho que “quanto mais velho melhor”. Mas na sua busca poética, o sofrimento assume também o papel de componente fundamental no acto criativo, entendido, claro, não como dor física, mas paradoxalmente “como maturização do indivíduo, de experiência de vida, de impacto e de encontro com o outro”, sustenta.
Ao longo destes 33 anos de poesia, Vítor Oliveira Jorge crê que a sua evolução caminha no sentido de um certo amadurecimento e de tentar encontrar uma maneira própria de fazer poesia, pois hoje “as ideias que tenho julgo serem o motor do movimento que é o poema, porque este tem de ser uma espécie de corpo físico, onde de dentro dele sai a poesia dado que o poema não serve para exprimir nada, mas para se exprimir exclusivamente a si próprio senão não é poema, é um adorno”. E tal como em toda a arte, o intuito da poesia “é criar surpresa, é dizer o inaudito, ou seja, é tentar estar sempre entre o dizer e o não dizer”, explica o poeta, sublinhando que pelo facto de trabalhar numa esfera difícil, “a do êxtase que já foi bastante explorada no Romantismo e até antes tenho de jogar na fronteira entre o excesso e o desfazer da figura, porque o agonístico pode transformar-se numa palhaçada”, conclui.


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