domingo, 23 de março de 2008

Joel Serrão


Passou-me despercebido, lamentavelmente (uma das consequências negativas de certo isolamento...) o falecimento recente deste homem a quem Portugal muito deve, como historiador, ensaísta, etc. Quem não conhece o seu "Dicionário de História de Portugal"? Era um indivíduo, tanto quanto me pude aperceber, simples, a quem fico pessoalmente a dever ter colaborado gentilmente num colóquio que organizei em Lisboa em 1971 com outros colegas estudantes (JMB, LMP) no IST, sobre a epistemologia das ciências do homem, e que deu origem a um livro editado pela Presença.

Depois do 25 de Abril ocupou funções de responsabilidade, e foi autor de um projecto que me lembro de ter recebido com alegria creio que em 1975. Com a utopia própria daquela época (quando acreditávamos ainda todos que a verdade e a realidade se podiam vir a sobrepor), propunha uma reorganização da actividade científica nacional que, evidentemente, não foi para a frente. Era radicalmente transdisciplinar.
Só hoje, ao olhar o último JL, lá o vi, ao lado de Maria Gabriela Llansol... as pessoas que marcaram a nossa vida vão desaparecendo, mas, em ambos os casos, esse desaparecimento é contingente. Desapareceram mais muitos dos que estão fisicamente vivos... é tudo muito relativo!


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