sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pequeno em formato, enorme em ideias


O meu amigo Prof. Paulo Tunhas (Universidade Fernando Pessoa, discípulo e amigo do falecido Fernando Gil), sem dúvida uma das mais destacadas figuras actuais da nossa filosofia (PT) conseguiu condensar, em livro imprescindível, as principais ideias de um grande pensador português recentemente falecido (FG).
Este livro, apesar de muito pequeno, não se lê de um jacto, não senhor(a) - a não ser que se tenha mesmo formação na área. Dá genuíno trabalho (e ainda bem... estamos fartos da facilitação) porque é muito denso e sobretudo aponta constantemente para a leitura dos originais de FG. Mas é a melhor introdução que se podia imaginar à obra difícil deste filósofo.
Uma pessoa lê coisas como esta, e pergunta-se por que é que existe tanto "ruído" (incluindo muito do que eu escrevi, decerto) a ocupar-nos tempo e energia, quando é possível condensar as ideias assim, de forma tão precisa e certeira. A resposta é simples: a maior parte do que se escreve é mesmo só ruído, ruído que por vezes é mesmo ensurdecedor. Estamos rodeados de disparates e de futilidades mesmo onde elas não deviam acontecer, quer dizer, quando se "aprofunda" as coisas nos locais supostamente próprios.
É preciso um LONGO, ÁRDUO E SÉRIO PERCURSO para elaborar uma síntese-apresentação destas.
O livrinho foi publicado em Março último pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda (na colecção, já antiga, "O Essencial Sobre") e ter-me-ia passado talvez despercebido, não fosse uma crónica do EPC (tristeza de já não o poder ler). Pelo menos a mim, EPC prestou-me este último grande serviço.
Encomendei-o na FNAC, porque a distribuição, como referia EPC, não será a melhor.

Como acentua PT na pág. 56,

"(...) a questão do indivíduo, do singular, é (...), a par do tema da crença, o tema fundamental de Fernando Gil - a ponto de (...) as duas questões quase se indistinguirem (...)".




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