sábado, 22 de setembro de 2007

insónia abrindo para a porta do corredor


É impossível viver sem paixão.
Mas é estranho não se saber
Minimamente

Por que é que se está apaixonado,

Nem por quem.


É como vir à porta do quarto

Onde se passa a noite sozinho

Muito longe de casa, em viagem,

Porque se ouviu um chamamento.


Mas os corredores cá fora estão vazios.

Apenas se vêem as carpetes
Até à distância,
Bem esticadas.

Os candeeiros acesos,
As portas numeradas,
As paredes verticais

No seu previsto lugar.


Por que é que uma pessoa

Tem esta febre

De nunca conseguir descansar?


Há sempre uma luz amarela,

Ora pálida, ora intensa,

Lá onde, descida
Sobre a testa pacificada,
Devia apenas pousar a escuridão.


voj 2007
Foto: Natasha Gudermane
"The red room"
reprod. aut.
Fonte: http://photo.net/photos/gudermane

Sem comentários: