segunda-feira, 25 de junho de 2007

estranho


o corpo, a sua simetria,
a sua disponibilidade de mansão
primeva.

percorri as tuas janelas,
as tuas portas, sempre com o olhar
embaciado pela própria atenção
nítida.

abrias-te de par em par, celebrando
os eixos verticais
da harmonia e da estabilidade;

nunca vi algo ou alguém pedir
com tanta veemência, conservando sempre
uma antiga soberania;

ostentando o convite;
ofuscando pela monumentalidade,
sob as nuvens;

e sabendo que o visitante
nunca transporia o umbral
do segredo,

mesmo que fosse admitido
no melhor quarto,

sobre o linho
da melhor cama,

esforçando ao máximo os tendões
do corpo todo nu.



voj 2007
Foto: Raymond en Saskia
(reprod. aut.)
Fonte: http://raym.deds.nl/indexeng.html

Sem comentários: