quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

GEPP: imagem para a história da arqueologia portuguesa

Grupo para o Estudo do Paleolítico Português, em 1971, no Museu Nacional de Arqueologia.
A memória já falha para todos os pormenores, por isso agradeço aos colegas que me corrijam em comentário ou por mail: 1971 ou 1972?...
e que por favor me relembrem, se isso for possível, os nomes em falta, ou os nomes mais "científicos" das pessoas...
Da esquerda para a direita: Carlos Pimenta (Maico), ?, ?, José Mateus, Jorge Pinho Monteiro, Vítor Oliveira Jorge, Susana Oliveira Jorge, Eduardo da Cunha Serrão (o meu primeiro e inesquecível "mestre" em arqueologia...), Maria Angeles Querol, Hélia ? (num plano mais baixo), Luís Raposo (o actual director do Museu, e então promotor da reportagem em que esta fotografia foi publicada), Francisco Sande Lemos.

Foi este grupo informal, o GEPP, que o Prof. Fernando de Almeida instalou no Museu de que era director (temos de lhe estar reconhecidos por isso; pessoalmente, foi lá que escrevi a minha tese de licenciatura), quem descobriu (durante uma ausência minha em Moçambique) o complexo de arte rupestre do Vale do Tejo: Sande Lemos, Susana Jorge, Jorge Pinho Monteiro, Maria de los Angeles Querol (que estava em Portugal como bolseira, e é professora na Universidade Complutense de Madrid). Foram orientados nos seus primeiros passos por Eduardo Serrão. Essa descoberta foi de incrível alcance ao nível da arte rupestre europeia.
Jorge Pinho Monteiro, falecido precocemente, foi um dos mais inteligentes arqueólogos portugueses. O seu desaparecimento representou uma gravíssima perda. Com ele tive acesas conversas e debates, sempre em Lisboa e durante muitas prospecções, mas também e nomeadamente aquando de uma nossa ida a Paris na Primavera de 1972 (em que nos encontrámos com Leroi-Gourhan e muitos outros "mestres" daquela altura - Laming-Empéraire, Brézillon, Texier, etc!); "estacionei" então no Ministério da Educação durante uns 15 dias até ser recebido e nos ser concedido o subsídio que permitiu aquela deslocação de cinco elementos... o que uma pessoa passa para poder progredir!), e sei que era meu amigo e me estimava intelectualmente.

Este Grupo foi o embrião de uma nova arqueologia pré-histórica do nosso país, nos anos 70. O que se passava ali não tinha nada a ver com o resto, que era puramente local, arcaico, ou fechado para si próprio! Este era um grupo de debate onde se discutiam já matérias muito diversas com as quais a arqueologia está relacionada.
É importante que as novas gerações saibam isto, porque não está feita uma história da arqueologia portuguesa do séc. XX, que é muito urgente. Uma disciplina madura (tal como uma pessoa, ou outra entidade) tem de ter um passado, muitos passados, uma memória, com tudo o que de controverso, plural, discutível e contingente isso implica, necessaria e felizmente!

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