Os bébés choram, tentendo expulsar os gases e as fezes que o intestino ainda está a aprender a conjugar com os movimentos do esfíncter.
Os jovens atiram o corpo para a frente com orgulho, numa afirmação que surpreende sempre, e depois fornicam. Precisam de dissolver as forças, as energias uns nos outros.
Os seres maduros penduram a cabeça nuns fios que têm no tecto, sobre a secretária, e tentam traçar a obra sobre o papel ou sobre qualquer outro suporte: aperceberam-se de que estão sós no universo, e querem contribuir para a Criação de uma forma autónoma, demiúrgica. Na maioria são caricatos, mas alguns conseguem fazer coisas dignas de ainda serem lidas ou ouvidas séculos depois.
Os velhos cambaleiam à procura de si mesmos, cheios de medo precisamente quando estão prestes a abandonar todos estes trabalhos, mas inexplicavelmente querem continuar a prolongar o seu tédio, enquanto não têm dores totalmente insuportáveis.
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