CONHECIMENTO E PRAZER - PRAZER DO CONHECIMENTO
A nossa tradicional maneira de pensar destacou demasiado a cultura da vida, o saber do senso comum. Numa sociedade de cultura de massas, impõe-se que “o saber universitário” constitua cada vez mais um recurso público, não só porque isso é a própria justificação da sua constante produção e transmissão, mas também porque as sociedades complexas de hoje não podem prescindir de conhecimentos que tornem a vida mais digna de ser vivida. As humanidades e as ciências sociais, em particular, acumularam um vasto património necessário ao equilíbrio e ao governo da comunidade, de que hoje pretendem usufruir todas as pessoas, tanto no seu trabalho como no seu lazer, embora com diferentes modos de recepção e fruição. Ninguém gosta de se sentir ignorante, e todos sabem que a “escola da vida” não chega: para se sobreviver e sobretudo para se ser feliz e sentir realizado(a) são precisas competências novas. E o problema da formação, repetem todos, é o problema basilar do nosso país. Temos de saber conjugar a aprendizagem do saber com o tom hedonista dos nossos dias, com a vontade que as pessoas têm de fruir de forma rápida e instantânea. Temos de equilibrar esforço e prazer, passar a mensagem de que o património herdado (a cultura) é um modo de nos tornar mais felizes e eficazes na vida de todos os dias e de adquirir o reconhecimento social que todos almejamos.
Isto passa pela fusão do património (o herdado) com o vivido ( o que está em permanente gestação), quer se trate de textos, objectos, monumentos, paisagens, ou outros elementos quaisquer, que só quando incorporados e refundidos têm sentido. Da literatura ao teatro e à performance, da língua canónica à sua utilização/actualização quotidiana, da memória e da história às novas formas de vida e de representação que estão a surgir, de uma arte e arqueologia encerradas em museus para uma “cultura visual” que invade tudo e que cria uma nova ecologia, do arquivo e da biblioteca obscuros aos modernos centros de documentação e informação, tudo está apontado no sentido de criar pontes e de desfazer dicotomias estéreis. É importante acentuarmos como as humanidades e as ciências sociais continuam a criar e transmitir informações e modelos, paisagens e territórios que não são apenas do domínio da utopia, da teoria, e da distracção, mas intervêm (directa ou indirectamente) como protagonistas no jogo social e nas decisões que se vão tomando na realidade concreta, tanto no que toca a soluções práticas, como à organização de projectos sem os quais uma sociedade perde o “élan” que a faz poder “colonizar o seu lugar no futuro”.
Foto: Anja Frers
Fonte: http://www.anja-frers.de
A nossa tradicional maneira de pensar destacou demasiado a cultura da vida, o saber do senso comum. Numa sociedade de cultura de massas, impõe-se que “o saber universitário” constitua cada vez mais um recurso público, não só porque isso é a própria justificação da sua constante produção e transmissão, mas também porque as sociedades complexas de hoje não podem prescindir de conhecimentos que tornem a vida mais digna de ser vivida. As humanidades e as ciências sociais, em particular, acumularam um vasto património necessário ao equilíbrio e ao governo da comunidade, de que hoje pretendem usufruir todas as pessoas, tanto no seu trabalho como no seu lazer, embora com diferentes modos de recepção e fruição. Ninguém gosta de se sentir ignorante, e todos sabem que a “escola da vida” não chega: para se sobreviver e sobretudo para se ser feliz e sentir realizado(a) são precisas competências novas. E o problema da formação, repetem todos, é o problema basilar do nosso país. Temos de saber conjugar a aprendizagem do saber com o tom hedonista dos nossos dias, com a vontade que as pessoas têm de fruir de forma rápida e instantânea. Temos de equilibrar esforço e prazer, passar a mensagem de que o património herdado (a cultura) é um modo de nos tornar mais felizes e eficazes na vida de todos os dias e de adquirir o reconhecimento social que todos almejamos.
Isto passa pela fusão do património (o herdado) com o vivido ( o que está em permanente gestação), quer se trate de textos, objectos, monumentos, paisagens, ou outros elementos quaisquer, que só quando incorporados e refundidos têm sentido. Da literatura ao teatro e à performance, da língua canónica à sua utilização/actualização quotidiana, da memória e da história às novas formas de vida e de representação que estão a surgir, de uma arte e arqueologia encerradas em museus para uma “cultura visual” que invade tudo e que cria uma nova ecologia, do arquivo e da biblioteca obscuros aos modernos centros de documentação e informação, tudo está apontado no sentido de criar pontes e de desfazer dicotomias estéreis. É importante acentuarmos como as humanidades e as ciências sociais continuam a criar e transmitir informações e modelos, paisagens e territórios que não são apenas do domínio da utopia, da teoria, e da distracção, mas intervêm (directa ou indirectamente) como protagonistas no jogo social e nas decisões que se vão tomando na realidade concreta, tanto no que toca a soluções práticas, como à organização de projectos sem os quais uma sociedade perde o “élan” que a faz poder “colonizar o seu lugar no futuro”.
Foto: Anja Frers
Fonte: http://www.anja-frers.de
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