Transferência "(...) A PSICANÁLISE INVENTOU DE FACTO UMA NOVA FORMA DE AMOR CHAMADA TRANSFERÊNCIA." JACQUES-ALAIN MILLER (Lacan Dot Com)
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
Nicole Kidman in "To Die For" (Gus Van Sant)
Source: http://www.youtube.com/watch?v=CzgZp6t1PNY&feature=related
Tabula Rasa - Miguel Robles (dance)/Arvo Part (music)
Source: http://www.youtube.com/watch?v=6OwdlKiB_ro
Gabriela Montero - Piano Recital - the album
Source: http://www.youtube.com/watch?v=p-0LBBFkhwU&feature=related
ABSOLUTELY INDISPENSABLE
quinta-feira, 29 de novembro de 2007
L'exception et l'idéal démocratique - très important colloque à Bruxelles
L'Association Freudienne de Belgique
L'exception et l'idéal démocratique
Samedi 15 et dimanche 16 décembre 2007
Centre International pour la Ville et l'Architecture (CIVA)
Rue de l'Ermitage, 55, 1050 Bruxelles
La poussée libérale de notre postmodernité a destitué l'Etat de cette autorité pour le réduire à n'être plus que l'instance d'une gestion pragmatique du social ; elle a finalement « libéré » la démocratie de cette attache à une transcendance qui, pour être interne au social, « ex-time », n'en garantissait pas moins une véritable altérité. En est découlé une pratique démocratique que l'on pourrait qualifier de « pure », pratique généralisée du contrat qui se substitue à la loi.
Conséquence : il nous est de plus en plus difficile d'admettre qu'un tiers vienne « mettre son nez » dans nos petites affaires, les amours et les haines que nous entretenons avec nos semblables. Et c'est sans doute chaque fois que pointe le dysfonctionnement dans cet échange que la dimension de l'altérité réapparaît, mais alors sur ce mode paranoïde qui fait endosser à l'Autre la responsabilité de l'échec.
Dans ce contexte, la pratique psychanalytique, sans cesse affrontée aux symptômes de ceux qui viennent consulter, ne peut que rappeler qu'un lien social, quel qu'il soit, qu'il implique des sociétés entières ou des individus, ne peut se passer de l'instance tierce. Sur ce point beaucoup pourrait donner leur accord. Les choses deviennent plus problématiques quand on aborde la nature de ce tiers. Est-il purement logique ou implique-t-il la nécessité d'une « incarnation » ? Présence réelle de l'exception ? Beaucoup pensent aujourd'hui qu'il suffit de se référer à un « médiateur ». Ce « facilitateur de la communication », ce « go between » est devenu un personnage central et en, pleine inflation dans la gestion des conflits, lesquels sont réduits à n'être qu'un effet direct de ce péché premier de notre société postmoderne, le péché responsable de tous les dysfonctionnements qui ne peuvent manquer de se présenter, à savoir la non-communication.
Ce n'est pas un tiers de ce type, nous rappelle la psychanalyse, qui peut donner consistance au rapport social. C'est précisément un tiers en position d'exception."
Programme
Samedi 15 décembre
Matin (10 h 00 à 12 h 30)
Pierre Marchal Introduction à la problématique de l'exception
Ingrid France La position de l'exception dans le processus démocratique : effets paradoxaux du sujet moderne
Marc Morali Quelques réflexions à propos du livre de Schaeffer, La fin de l'exception humaine
Après-midi (14 h 30 à 17 h 30)
Patrick De Neuter Considérations actuelles sur l'exception et sur la tiercéité symboligène
Jean-Pierre Thomasset Vers une clinique de la place
Evelyne Chambeau L'idéologie égalitaire et les institutions de soins psychiatriques
Stéphane Thibierge L'except
Dimanche 16 décembre
Matin (9 h 30 à 12 h 30)
Jean-Pierre Lebrun Exception nécessaire, exception contingente
Etienne Oldenhove Pas qu'une (exception)
Jean-Jacques Tyszler Les détours de l'Un
Après-midi (14 h 30 à 16 h00)
Bernard Vandermersch À quelles conditions peut-on s'offrir un point fixe et s'en détacher ?
Charles Melman Conclusions.
Source:
http://www.freud-lacan.com
DEUS E CIÊNCIA
30 de Novembro de 2007
Aula Magna da Faculdade de Filosofia da UCP - Braga
Organização:
Sociedade Portuguesa de Ciências Cognitivas
Apoios:
Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa e Centro de Estudos Filosóficos e Humanísticos da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa.
Programa:
09:00 – Abertura
09:30 – Só acredito no que vejo? Fé e Ciência: diálogo e confronto
Álvaro Balsas, Universidade Católica Portuguesa
10:00 – Entre Deus e o Microscópio: estudo preliminar na Faculdade de Filosofia
Artur Galvão e Miguel Vieira, Universidade Católica Portuguesa, SPCC
11:00 – Apresentação do livro Mente, Self e Consciência
11:30 – Intervalo
12:00 – O Futuro de Deus
Manuel Curado, Universidade do Minho, SPCC
13:00 – Intervalo para Almoço
14:30 – A nova fronteira do debate Religião/Ciência: as Neurociências
Sofia Reimão, Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa, Hospital de Santa Maria
15:30 – Nihilidade e Gnose – ou como a Ciência não chega para a Experiência
Humana
Francisco Teixeira, SPCC
16:00 – A Imaginação - o ultimo reduto entre Deus e Ciência
Paulo Alexandre e Castro, Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, SPCC
17:00 – Intervalo
17:30 – Porquê a Ciência se temos Deus?
Alfredo Dinis, Universidade Católica Portuguesa, SPCC
18:30 – Encerramento
18:45 – Assembleia-Geral da Sociedade Portuguesa de Ciências Cognitivas (Apenas para
sócios)
CONTACTOS:
A/C José António Alves
Sociedade Portuguesa de Ciências Cognitivas
Pr. da Faculdade de Filosofia, n.º 1
4710-297 Braga
jalvespt@iol.pt
José António Alves
Faculdade de Filosofia
Universidade Católica Portuguesa
Pr. da Faculdade de Filosofia, n.º 1 - 4710-297 Braga
t. +351 253 201 200 f. +351 253 213 940
jalves@braga.ucp.p
--
Prof. Manuel Curado
Universidade do Minho
Instituto de Letras e Ciências Humanas
Campus de Gualtar
4710 - 057 Braga
Portugal
Telefone: +351253604170
Fax: +351253676387
Other email accounts:
jmcurado@ilch.uminho.pt
manucurado@gmail.com
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
Mais uma realização importante em Lisboa... emigrado antigo no Porto sofre!!!
CICLO DE SEMINÁRIOS DE TEORIA SOCIAL E PENSAMENTO CONTEMPORÂNEO
Coordenação:
José Luís Garcia
"O apelo do objecto técnico.
A perspectiva sociológica de Deleuze e Simondon".
José Pinheiro Neves
Instituto de Ciências Sociais,
Universidade do Minho
5 de Dezembro 2007
18 H
Sala Polivalente
Av. Prof. Aníbal de Bettencourt, nº 9 - 1600 - 189 Lisboa
Tel: (351) 21 7804700
URL: http://www.ics.ul.pt
Novo livro
MANUEL CURADO e ALFREDO DINIS, eds.,
MENTE, SELF E CONSCIÊNCIA
A mente humana é um dos maiores desafios para as ciências e para o pensamento filosófico da nossa época. Já deveríamos saber tudo o que há a saber sobre esse assunto pela simples razão de que somos esse assunto. Porém, parece que nunca sabemos o suficiente sobre o que nos faz sentir e pensar. No que diz respeito à compreensão do papel da mente humana no universo, somos todos aprendizes. É necessário, pois, olhar com optimismo para esta área do mundo e da vida. Este livro propõe uma viagem a alguns dos aspectos mais surpreendentes e difíceis de explicar deste tema e traça o mapa contemporâneo do conhecimento que deles temos.
Eis uma pequena lista desses aspectos: a sensação de transparência que a nossa mente consciente nos proporciona, a experiência de sermos livres e não máquinas já programadas, a diferença entre mente e consciência, a possibilidade de termos experiências mentais sem que sejam experiências conscientes, casos clínicos em que a mente humana se pode fragmentar e as lições que deles se podem retirar para se conhecer melhor a mente normal, o problema difícil da consciência, a procura que as neurociências contemporâneas fazem dos correlatos neuronais da consciência, a evolução da sensação de si mesmo ( self) ao longo da vida e, sobretudo, durante o envelhecimento, e a importância da cultura e da alfabetização para a organização da percepção que os seres humanos têm do mundo.
ÍNDICE
1. Thomas Metzinger , Transparência Fenoménica e Auto-referência Cognitiva
2. José António Alves , Imaginação e Liberdade
3. André Barata , Da Experiência Mental sem Consciência ou o Problema Mente-Corpo para lá da Consciência de Acesso e da Consciência Fenomenal
4. José Miguel Stadler Dias Costa, Evolução da Mente Artística: Psicologia e Cognição
5. MANUEL Curado , O Choque de Thomas Reid e a Origem do Problema Difícil da Consciência
6. Alfredo Dinis , Aspectos Científicos e Filosóficos do Estudo do Correlato Neural da Consciência
7. António M. Fonseca, A Conservação do Self no Decurso do Envelhecimento
8. Marta de Assunção Gonçalves , O Cérebro Analfabeto: O Intrigante Caso do Não Reconhecimento de Desenhos
OS EDITORES
MANUEL CURADO
Professor da Universidade do Minho, Auditor de Defesa Nacional e doutorado cum laude pela Universidade de Salamanca. É autor dos livros Luz Misteriosa: A Consciência no Mundo Físico
ALFREDO DINIS, S. J.
É Professor Associado de Filosofia da Ciência da Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa. É Mestre e Doutor em Filosofia da Ciência pela Universidade de Cambridge (Inglaterra). Lecciona Lógica, Epistemologia e Filosofia da Ciência, e coordena o Mestrado em Ciências Cognitivas na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica, e coordenou o projecto de investigação "Novas imagens do ser humano e das relações interpessoais que emergem das ciências cognitivas" (2001-2003). É autor de diversos artigos nas áreas de leccionação e investigação.
ISBN 978-972-697-184-9
Distribuição: Sodilivros
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Penderecki: Violin Concerto No. 2 (Part 3)
Anne-Sophie Mutter plays Penderecki's 2nd Violin Concerto with the Mitteldeutschen Rundfunks Symphony Orchestra led by Mariss Janson
Source: http://www.youtube.com/watch?v=6L-tiXO8X0A
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
santíssima trindade
Só então percebi que os arqueólogos eram das pessoas mais equilibradas que tinha conhecido. Eu havia estabelecido uma tipologia simples, que dividia tudo em três, seguindo uma tradição antiquíssima.
Para as pessoas e seu estado mental, era assim, tão primária (tinha-me, de facto, baseado num manual da quarta classe, pensando que de qualquer fonte brota afinal a mesma água) como isto, a minha psicologia: os malucos-malucos, os malucos-normais, e os normais-normais. Era, como se vê, uma leitura de sintomas, eivada de juízos morais e de vontade holística de classificar todas as pessoas (?) em apenas três grupos. Para o que me havia de dar ! (é certo que de algum modo, como sempre, fui lá conduzido pelo facto de pensar, e pela lógica própria do texto, da sua voracidade assertiva e classificatória, categorial).
Explico (esta é a palavra que esperavam, aqui está): Malucos-malucos e normais-normais eram os tipos estatisticamente mais frequentes.
Em traços largos, por uma questão de economia, malucos-malucos eram aqueles que procuravam incessantemente, e estavam convencidos de que haviam de encontrar, tanto mais que iam encontrando. Então, a sua vida era só somar, só facturar descobertas, experiências, achados e sensações. Estavam bem. A pose-tipo era a da mão segurando a testa, para não deixar passar sem ser anotado o facto seguinte. Era pelo menos assim que se deixavam mais facilmente retratar, isto é, passar a ícones de si mesmos.
Normais-normais, por sua vez, eram aqueles por quem nunca tinha passado pela cabeça encontrar ou procurar fosse o que fosse, pelo que nunca seguravam na dita cabeça, que estava leve, mas no ventre, que enchiam quando podiam, sentindo-se bem depois de cada refeição, aquelas coisas: a entrada, o prato do meio, a bebida de acompanhamento, a sobremesa, o café, o cigarrito. Às vezes o charuto nos momentos de festa, o digestivo. Estes eram os que davam gosto à boca e viviam como um paliteiro, cheios de orifícios em todo o corpo. Desde que conseguissem preencher todos esses ocos (o que passavam todo o tempo a fazer, apenas interrompendo para dormir) sentiam-se bem. Diziam continuamente uns aos outros: “fica bem”, ao que os outros, como convencionado, respondiam: “tu também, vós também, eles também.” Este tipo de especímenes era relativamente frequente. Dantes faziam grandes filas nos transportes públicos; agora deslocavam-se sobretudo em carros, cada um no seu, e ao fazerem certas curvas na rua via-se neles uma expressão gloriosa. Viviam em plena apoteose da sua própria normalidade, celebrando-a.
Finalmente, havia a categoria dos malucos-normais, em que eu pensei dever incluir os arqueólogos.
Evidentemente que podia pôr aqui muitas outras especialidades, mas esta eu conhecia bastante bem, quer por eles ocorrerem no meio do campo, como quando passeamos, quer por estarem detrás de uns tapumes, cobertos de alcatrão, nas cidades que esventram para lhes arrrancar o passado entre prédios e destroços. Não há transeunte que, por mais apressado, não pare nestas ocasiões, levado pela curiosidade de espreitar, atitude socialmente aceite. E podem-se ver, a três dimensões, ao ar livre, e até fotografar. E, com uma câmara vídeo, ir mesmo ao ponto de obviamente registar a sua litania, que só ocorre de vez em quando, quando se dissipa o pó e, entre as nuvens, é possível ouvir o seu apelo de classe, que os identifica, embora às vezes reduzido às suas últimas palavras - “por que nos abandonaste?”; “nos abandonaste?”; “abandonaste?” – ou então só ao sopro final do “?”
Este tipo procura, ou procurava (como queiram pôr a narrativa), mas não diria que jamais encontrava; diria antes que jamais encontrava o que queria, como dom juan, ou sísifo, quer dizer, personificavam, ou criavam pela performance, a figura da busca incessante. Não era gente infeliz; apenas profundamente religiosa na sua crença. Viviam de vestígios, de partes, tentando agarrar o todo, puxar farrapos para o centro; podia não ser para a vida deles, podia ser para o futuro. Mas escatologicamente Algo havia de vir, de se presentificar.
Às vezes uns deles ficavam escondidos por uma nuvem, individualmente ou em grupo. Diz-se que talvez se esfregassem uns nos outros, para abreviarem a vinda, o achado; ou que então iam às proximidades e, com umas urtigas, irritavam as partes mais côncavas do corpo, próprio ou alheio, não tanto por mortificação, mas por verdadeiro prazer (aliás, quem distinguiria ambos esses estados um do outro? jamais alguma classificação insensatamente o fez).
Não vivendo na maluquice, nem na normalidade completa, como os outros grupos taxonómicos, e não encontrando nunca nada que os não compelisse a continuarem a procura, precisavam de intervalos para satisfazer necessidades fora de vulgar. Foi assim pelo menos que os conheci, sempre, ao longo de décadas.
Haveria de desenvolver futuramente estes temas, em torno do que me parecia fundamental, usando as categorias da tradição – como por exemplo esta, a santíssima, antiquíssima trindade, tão presente em todos os textos, com o seu começo, meio e fim – para entender o que se passava à minha volta, criar um novo saber feito de inspirações e expirações, no sentido pulmonar.
voj 2007
Foto: Natasha Gudermane
Fonte: http://photo.net/photos/gudermane
Sobre um livro fundamental de Bruno Latour, pela Profª Marina Lencastre, Univ. Católica, Porto
Segundo Latour, a natureza constituiu sempre uma das duas metades da vida pública, ela corresponde ao fundo material comum que todos partilhamos, enquanto que a outra metade corresponde à arte da política, isto é, à gestão das paixões e dos interesses humanos em sociedade. De um lado estaria aquilo que nos une – a natureza – e do outro aquilo que nos divide – a política; assim, segundo o autor, é falso dizer que a ecologia política (que desune) é àcerca da natureza. Na verdade, ela é àcerca da gestão dos assuntos humanos, e essa característica é saliente nas controvérsias científicas em torno de questões ambientais, na incerteza dos valores que elas implicam, na incerteza material das decisões àcerca delas. Segundo Latour, a questão prinicipal é então como pensar a política sem a natureza?
O objectivo do presente livro consiste em mostrar que a solução repousa sobre uma redefinição tanto da actividade científica (que deve abandonar o seu estatuto separado do resto da actividade social) como da actividade política (que deve ser entendida como o esforço de elaboração progressiva de um mundo comum que leve em conta o carácter particular dos resultados da ciência). Assim, na encruzilhada da filosofia das ciências e da filosofia política, a presente obra desenvolve as condições e os limites desta ideia, abordando o papel da ecologia, o significado das controvérsias científicas, o papel dos peritos nos debates públicos e, genericamente, a relação das ciências com a democracia.
Logo na Introdução, Latour nota que este livro é sobre filosofia política da natureza ou, ainda, sobre epistemologia política; isto significa que se vai tratar de natureza, de política e de ciência. Mas a relação deste trio não é linear: é que é da ciência que depende tanto a concepção particular de natureza em que se baseia o ecologismo como, por contraste, é também dela que depende a ideia particular de política onde a natureza pretende “fazer ouvir” a sua voz.
O autor desenvolve esta ideia no capítulo um, tentando mostrar que a ecologia política não pode conservar a ideia de natureza sob pena de congelar definitivamente aquilo que parece resultar de uma decisão que separa o que é objectivo e indiscutível (a ciência) do que é subjectivo e discutível (a política). Na senda dos seus trabalhos anteriores sobre sociologia da ciência, Latour propõe então que se distinga a ideia pura de Ciência do trabalho prático das ciências, na medida em que esta distinção permite igualmente operar uma outra, fundamental segundo o autor, e que corresponde à distinção entre a filosofia oficial do ecologismo, por um lado, e a miríade de práticas ecológicas, por outro. Geralmente associa-se a ecologia a questões de natureza, mas na verdade ela ocupa-se de imbroglios de ciências, morais, direitos e políticas. “Em consequência, o ecologismo não trata de crises da natureza, mas de crises da objectividade” (p.32). Desta maneira, e paradoxalmente, o ecologismo parece marcar o fim da natureza (p.42) na política, e doravante não é mais possível retomar o conceito tradicional de natureza para a constituição do mundo comum a não ser correndo o risco de reduzir drasticamente o âmbito da vida pública. O autor não defende a ideia, comum nas ciências sociais, de que o sentimento ocidental de natureza é uma ‘construção social’ historicamente situada, na medida em que o construcionismo social mantém o conceito de natureza refém do universo científico. O que parece importante para este autor é evitar a armadilha das representações da natureza (p. 50) e aceitar o repto de um pensamento metafísico que permita sair, de um modo mais radical, do nominalismo tradicional. “A ajuda frágil da antropologia comparada” (p. 62) serve para esta tarefa e Latour parece querer demonstrar, ao contrário de muitas teses neo-naturalistas e ecologistas contemporâneas, que as sociedades tradicionais não vivem, ou viveram, em harmonia com a natureza, antes a ignoram enquanto condição de oposição para a organização da vida social (reportando-se simbolica e praticamente aos elementos não humanos em colectivos de natureza/cultura que variam segundo as posições relativas de cada uma1). Assim, a questão essencial da ecologia política ocidental é saber se existe um sucessor para o conjunto constituído pelas duas ‘câmaras’ (p. 72) – a natureza e a cultura - isto é, se é possível pensar a política sem a ideia de natureza, mas mantendo uma relação construtiva com o conhecimento científico sobre os existentes não humanos.
O capítulo dois trata da questão de reunir o ‘colectivo’ (p. 87), sucessor das ideias antigas de natureza e de sociedade/cultura; não se trata somente de reunir sujeitos e objectos num mesmo grupo, pois desta forma a antiga separação não seria ultrapassada. Para convocar o novo colectivo (p. 92) é necessário considerar que este é composto por humanos e por não humanos, susceptíveis de serem considerados em simultâneo, mas na condição de que se distingam as suas capacidades respectivas. Assim, a primeira distinção será, segundo Latour, aquela que consiste em redistribuir a palavra aos humanos e aos não humanos aprendendo a duvidar de todos os porta-vozes (p. 99). A segunda distinção consiste na redistribuição da capacidade de agir socialmente, considerando as associações de humanos e de não humanos (p. 109) isto é, as situações reais com que a ecologia prática lida, e não as situações teóricas apresentadas tanto pela filosofia ecológica como pela política social. Segundo Latour, é com estas associações que a ecologia lida de facto, e não com a natureza. A terceira distinção consiste no reconhecimento do estatuto de realidade e de recalcitrância (p.117), isto é, de resistência, aos elementos humanos e não humanos do colectivo; esta distinção permite definir o colectivo como composto de proposições mais ou menos bem articuladas (p.123) entre si e a política é a arte da escolha e da gestão destas proposições na construção de um bom mundo comum e, deste modo, do retorno à paz civil (p.130).
O capítulo três serve para Latour introduzir uma nova separação dos poderes (p. 135) que evite uma unificação prematura da natureza/cultura em colectivos homogéneos. No seio destes colectivos, o autor pretende evitar a diferenciação clássica entre factos e valores (p.140) considerando que esta distinção apresenta o inconveniente maior de colocar de um lado os ‘factos’ indiscutíveis e do outro os ‘valores’ discutíveis, paralisando deste modo tanto as ciências como a moral. Não aceitando portanto a hierarquia dos factos subordinando a moral, Latour introduz dois novos poderes nos colectivos: o que leva em conta as proposições e aquele que as ordena (p. 149); por outras palavras, o primeiro poder retém dos factos a exigência de perplexidade2 que os institui enquanto factos a notar, e o segundo poder retém dos valores a exigência de consulta que os hierarquiza numa escala de referência moral. Deste modo, Latour pretende substituir à impossível relação entre os factos e os valores, dois poderes de representação do colectivo (p. 157) que são distintos e complementares e permitem garantir a coexistência, nesta nova Constituição, de poderes simétricos e dinâmicos na composição progressiva do mundo comum.
Uma vez realizadas as distinções e definidos os poderes, Latour propõe-se descrever, no capítulo quatro, as competências dos colectivos (p. 179) evitando a confusão entre ecologia política e economia política. Segundo o autor, a economia tende a impôr uma terceira forma de naturalização (para além da natureza e da sociedade) ao apresentar pretensões políticas idênticas a estas últimas; mas esvaziada dessas pretensões, a economia torna-se num dos corpos essenciais ao funcionamento da nova Constituição ao fazer a sua contribuição para as câmaras (p. 189). A contribuição das ciências (p. 190) será muito mais importante do que a contribuição da Ciência, na medida em que as ciências se reportam a todas as funções da nova Constituição: perplexidade, consulta, hierarquia e instituição. A estas juntam-se ainda duas novas funções que são, por um lado, a separação dos poderes e, por outro, a visão do conjunto. A contribuição das políticas (p. 197) reportam exactamente às mesmas funções, permitindo uma sinergia que era impossível na Constituição antiga que distinguia entre natureza e política, entre factos e valores. A contribuição dos economistas (p. 205) e dos moralistas (p. 210) acrescentam-se ainda ao conjunto, criando a possibilidade de um campo comum de trabalho em que a dinâmica dos colectivos se torna clara.
No capítulo cinco, Latour argumenta que um colectivo definido desta forma não se encontra mais face à alternativa ‘uma natureza e várias culturas’. De facto, esta organização constitucional permite considerar vários colectivos, isto é, vários mundos comuns (p. 245) ou ‘multiversos’ que apresentam como característica central a de apresentarem duas flechas do tempo (p. 250) orientando a sua evolução: uma flecha do tempo modernista que tende para a separação do que é objectivo e do que é subjectivo, e uma flecha do tempo não moderna, que tende para integrações cada vez mais intricadas dos colectivos. Estas últimas correspondem ao que Latour chama as trajectórias de aprendizagem (p. 258) desses colectivos e elas apelam a um terceiro poder, que é o poder de controle (suivi) que repõe, naturalmente, a questão do Estado (p. 264). Ora o Estado da ecologia política está por inventar, pois ele não repousa sobre nenhuma transcendência mas sobre a qualidade do controle (suivi) da experiência colectiva. É desta arte de governar que depende a civilização que põe fim ao estado de guerra; mas a paz necessita de um novo tipo de exercício da diplomacia (p. 275) que não repousa sobre a distinção entre o monoculturalismo e o multiculturalismo (sob fundo de natureza comum), mas sobre a qualidade de colocar questões comuns aos colectivos, com a mesma incerteza e a mesma capacidade de se encarregar do que Kant chamava ‘o reino dos fins’ (p. 284).
Como conclusão, Latour reforça a ideia de que o mundo comum está por contruir, ele está à frente de nós e não atrás. À pergunta ‘o que fazer?’ Latour responde ‘ecologia política!’ (p. 291) na condição de que se mude o significado destas palavras e de que ela se abra à metafísica experimental contida na ideia de proposições, de colectivos e de poderes.
O livro Politiques de la Nature de B. Latour apresenta a vantagem central de ensaiar uma via de articulação entre as instâncias contraditórias da governação contemporânea, escapando tanto ao reducionismo naturalista (sem negar a importância dos elementos não humanos na tomada de decisões políticas) como ao reducionismo construcionista (sem negar a importância do facto social na pro-posição dos problemas) e mantendo aberta a possibilidade de composição de mundos comuns. A sua intuição fundamental de antropólogo, evidente em trabalhos anteriores, torna possível esta reviravolta dos termos da questão tais como eles se colocam na sociedade ocidental sem que, no entanto, o autor ignore o facto de que este livro representa “um ponto de vista particular, não somente europeu mas francês, provavelmente mesmo social-democrata ou, pior, logocêntrico…. Mas onde é que já se viu um diplomata que não seja portador dos estigmas do campo que representa?” (p. 291) Mas na verdade, mais do que representar um ponto de vista particular sobre a complexidade das relações entre poderes na sociedade, o livro de Latour é uma reflexão inteligente e arguta sobre as contradições e possibilidades do pensamento ambiental actual.
Bruno Latour é filósofo e sociólogo das ciências, professor na Escola das Minas de Paris e professor associado da London School of Economics. Escreveu numerosos livros e artigos sobre a relação entre as ciências e as sociedades.
Marina Lencastre
in Lencastre, M.P.A. (Org) (2004) Educação e Ambiente. Temas transversais, nº especial da Revista Educação, Sociedade e Culturas, Porto: Ed. Afrontamento
domingo, 25 de novembro de 2007
Conferência notabilíssima de Jean Lambert, da EHESS
http://www.ehess.fr/centres/ceifr/pages/lambert.html
Trata-se de um discípulo de Dumézil, que nesta conferência sublinha a existência de 3 - e apenas 3 - monoteísmos mediterrânicos - e mostra que para além dos conflitos de uns com os outros há no interior de cada monoteísmo uma tensão fundamental, uma bipolaridade desse religioso, entre a justiça (o julgamento) e aquilo que de certo modo é o seu oposto, e que a ultrapassa - a compaixão.
Notabilíssimo raciocínio, fascinantemente dito, uma vez que só ouvimos som (pelo menos no meu computador não vejo imagem). Um grande pensador, um grande comunicador. A inteligência em estado cristalino! Quando atinge estes níveis, o pensamento é uma obra de arte.
De certo modo, é a profecia - o que abre para o novo, o que sempre veio subverter o monolitismo (= o monoteísmo...). O modo do poema, que só diz fragmentos. Mas o autor assevera-nos que todas as religiões são, precisamente, "feitas de migalhas."
A NÃO PERDER E A ESCUTAR COM ATENÇÃO.
Fonte/source:
http://www.ivry.cnrs.fr/spafrican/ateliers/singularite_technologie.htm
(enquadramento)
http://www.ehess.fr/centres/ceifr/pages/lambert.html
Para ouvir:
http://www.ivry.cnrs.fr/spafrican/ateliers/ateliers-programmes/ConfLambert10_2006COMPRESSE.mp3
Para escutar a discussão:
http://www.ivry.cnrs.fr/spafrican/ateliers/ateliers-programmes/DiscussionLambert10_2006COMPRESSE.mp3
De la même source, je transcris:
Jean Lambert "est l'auteur de
"Le Dieu distribué, une anthropologie comparée des monothéismes",
coll. Patrimoines, éd. du Cerf, 1995.
Formant système par le moyen de leurs différences, étagés sur les trois fonctions indo-européennes, les ou le monothéisme(s) traduisent du point de vue religieux ou généalogique le polythéisme par d’autres moyens : engendrer l’unité du peuple à partir d’un multiple ethnique, opérer la geste du guerrier sauveur, établir la double loi céleste/humaine. Système saturé, il n’y a pas de quatrième monothéisme. Mais traversant le corpus, se détourne de cette organisation idéologique une brèche prophétique homologue, un oracle d’ouverture, trois récits de traversées Exode, Metanoia, Hijra, ou révolutions orphelines nommées Moïse, Jésus, Mohammed. Ce moteur différentiel, ce double régime généalogie/oracle, cette polarité religieuse repérée dans le premier tiers du XXe siècle, peut donner un sens politique à la notion bergsonienne de « fabulation », en construisant les deux sources de la transmission."
Auteurs clé de notre temps: BRUNO LATOUR
http://www.bruno-latour.fr/biographie.html
je me permets de transcrire:
Depuis septembre 2006, il est professeur des Universités à Sciences Po, où il est associé au Centre de sociologie des organisations (CSO).
Depuis juin 2007, il a été nommé directeur adjoint de Sciences Po, chargé de la politique scientifique et de l'évaluation.
Son premier livre La vie de laboratoire
(1979 pour la première édition anglaise; traduit en six langues) décrit le fonctionnement quotidien d'un laboratoire californien en utilisant des méthodes ethnographiques. Il a travaillé ensuite sur les liens entre la révolution de Pasteur et la société française du 19° siècle (Les Microbes Guerre et paix, 1984, traduit en quatre langues).
De plus en plus intéressé par les multiples connections entre la sociologie, l'histoire et l'économie des techniques il a publié un livre de synthèse (La science en action, Poche, Folio, 1987 pour la première édition en anglais; traduit en dix langues) et de nombreux articles sur l'innovation technique. Une étude de cas sur un métro automatique Aramis ou l'amour des techniques (Prix Roberval 1992, traduit en deux langues) lui a permis de résumer les recherches effectuées depuis de nombreuses années sur la dynamique des innovations et la philosophie des techniques qu'elle implique. Ses intérêts pour les questions de gestion et de d'organisation de la recherche vont de pair avec des travaux de philosophie comme Nous n'avons jamais été modernes (1991, traduit en vingt cinq langues) et de culture scientifique comme dans Petites leçons de sociologie des sciences (La Découverte), traduit en quatre langues).
Il a publié Paris ville invisible, un travail de théorie sociologique à partir d'enquêtes photographiques (traduit en quatre langues); et Politiques de la nature-comment faire entrer les sciences en démocratie (traduit en six langues) qui fait la synthèse des travaux sur la philosophie de l'environnement. Il a publié également un ouvrage sur l'ethnographie du Conseil d'Etat La fabrique du droit (traduit en trois langues). L'espoir de Pandore, traduit de l'anglais par Didier Gille, paru aux éditions la Découverte (traduit en quatre langues) fait le point sur l'impact des "science studies' sur la philosophie des sciences. Il a récemment publié en français Changer de société - refaire de la sociologie, qui présente au public français la sociologie de la traduction. La plupart des ouvrages anglais sont disponibles chez Harvard University Press; la plupart des ouvrages français sont aux éditions La Découverte.
Après avoir été commissaire de l'exposition Iconoclash, il a organisé en 2005 une autre exposition, toujours avec Peter Weibel, au ZKM de Karlsruhe La Chose politique - Atmosphères de la démocratie deux expositions qui ont toutes les deux fait l'objet de volumineux catalogues aux presses du MIT, Cambridge, Mass.
2007: Colloque de Cerisy en juin 2007 à l'occasion de ses 60 ans:
http://www.bruno-latour.fr/expositions/Cerisy-07-60ANS.html
Depuis juin 2007, il est président du comité Culture de la Fondation de France."
Ici:
http://www.bruno-latour.fr/articles/index.html
On trouve plusieurs de ses articles, qu'on peut télécharger
Auteurs clé de notre temps: PHILIPPE DESCOLA
Chaire d' Anthropologie de la nature
au Collège de France, Paris
du site web du Collège de France
http://www.college-de-france.fr/default/EN/all/anthrop/
je transcris:
"CARRIÈRE PROFESSIONNELLE
1970-75 Elève de l'École normale supérieure de Saint-Cloud
1976-80 Chargé de mission par le CNRS ;
1982 Allocataire de recherche du CNRS
1983 Attaché de recherche à la Maison des Sciences de l'Homme
1984 Maître assistant
1987 Maître de conférence
1989-2000 Directeur d'études non cumulant
2001 Directeur d'études cumulant à l'Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales
Depuis 2000 Professeur au Collège de France
Travaux
- Par-delà nature et culture, Bibliothèque des Sciences humaines, Éditions Gallimard, 2005.
- La Nature domestique : symbolisme et praxis dans l'écologie des Achuar, Paris, Fondation Singer-Polignac et Éditions de la Maison des Sciences de l'Homme, 1986, 450 p. (traduction en espagnol : Quito-Lima, Institut Français d'Études Andines-Éditions Abya-Yala, 1988; en anglais : Cambridge, Cambridge University Press, 1994).
- Les Idées de l'anthropologie (avec G. Lenclud, C. Severi et A.C. Taylor), Paris, Armand Colin, 1988, 208 p. (traduction en hongrois : Budapest, Szazadveg Könyvklub, 1993).
- Les Lances du crépuscule. Relations jivaros, haute Amazonie, Paris, Plon, collection Terre humaine', 1993, 506 p. (traduction en anglais : The New Press, New York, pour les États-Unis et Harper Collins, Londres, pour le Royaume Uni, 1996; en allemand : Klett und Cotta, Stuttgart, 1996).
- La Grèce pour penser l'avenir (avec M. Augé, C. Castoriadis, M. Daraki, C. Mossé, A. Motte, M-H. Quet, G. Romeyer-Dherbey), Paris, L'Harmattan, collection L'homme et la société', 2000, 190 p.
Ouvrages dirigés
- Dictionnaire de l'ethnologie et de l'anthropologie, Paris, PUF (avec M. Abélés, P. Bonte, J.-P. Digard, C. Duby, J.-C. Galey, M. Izard, J. Jamin et G. Lenclud), 1991, 756 p. (traduction en espagnol : Madrid, Ediciones Akal, 1996; traductions en italien,arabe et coréen sous presse).
- La Remontée de l'Amazone. Anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes, (avec A.C. Taylor), numéro spécial de L'Homme, 126-128, avril-décembre 1993, 600 p.
- Nature and Society : Anthropological Perspectives (avec G. Pálsson), Londres, Routledge, 1996, 310 p. (traduction espagnole : Mexico, Siglo Veintiuno, 2001).
- La Production du social. Autour de Maurice Godelier. Actes du Colloque de Cerisy (avec J. Hamel et P. Lemonnier), Paris, Fayard, 1999, 515 p.
Principaux articles
- 1981a - El conjunto jivaro en los comienzos de la conquista española del Alto Amazonas', (avec A.C. Taylor), Bulletin de l'Institut Français d'Études Andines, 10 (3-4), pp. 7-54.
- 1981b - From scattered to nucleated settlements : a process of socioeconomic change among the Achuar', in N. Whitten (sous la direction de) Cultural Transformations and Ethnicity in Modern Ecuador, pp. 614-646, Urbana : University of Illinois Press.
- 1982a - Ethnicité et développement économique : le cas de la Fédération des Centres Shuar', in Indianité, ethnocide, Indigénisme en Amérique latine, pp. 221-237, Paris-Toulouse, Éditions du CNRS.
- 1982b - Les guerriers de l'invisible: sociologie comparative de l'agression chamanique en Amazonie et en Nouvelle-Guinée', (avec J.L. Lory), l'Ethnographie 87-88, pp. 85-111.
- 1982c - Territorial adjustments among the Achuar of Ecuador', Informations sur les Sciences Sociales, 21 (2), pp. 299-318.
- 1983a - Le jardin de Colibri : procès de travail et catégorisations sexuelles chez les Achuar du Haut Amazone', l'Homme, 23 (1), pp. 3-31.
- 1983b -'Appropiación de la tierra entre los Achuar', America Indígena (Mexico), 43 (2), avril-juin.
- 1984a - Demografia y territorialidad de los Achuar del Ecuador', Antropología 3, pp. 131-35.
- 1984b - Limitaciones ecológicas del desarollo de la Amazonia : un estudio de caso en la Amazoni ecuatoriana', in Población Indígena y Desarollo Económico, pp. 71-82, Quito, Ediciones Abya-Yala.
- 1985 - De l'Indien naturalisé à l'Indien naturaliste : sociétés amazoniennes sous le regard de l'Occident', in A. Cadoret (sous la direction de), Protection de la nature: histoire et idéologie. De la nature à l'environnement, pp. 221-235, Paris, l'Harmattan.
- 1986a - Contrôle social de la transgression et guerre de vendetta dans le Haut Amazone', Droits et Cultures, 11, pp. 137-40.
- 1988a - La chefferie amérindienne dans l'anthropologie politique', Revue Française de Sciences Politiques, vol. 38, n°5, pp. 818-26.
- 1988b -'Le déterminisme famélique', in A. Cadoret (sous la direction de), Chasser le naturel..., " Cahier des Études Rurales " n°5, pp. 121-136, Paris, Éditions de l'École des Hautes Études en Sciences Sociales.
- 1989a - Head-shrinkers versus shrinks: Jivaroan analysis of dreams', Man, The Journal of the Royal Anthropological Institute (n.s.), vol. 24, n°3, septembre 1989, pp.439-450.
- 1989b - Pensée mythique et théories de l'identité dans le monde amazo-nien', in A. Jacob (sous la direction de) Encyclopédie philosophique universelle, I, L'Univers philosophique, pp. 1521-1524, Paris, Presses Universitaires de France.
- 1990a - Cosmologies du chasseur amazonien', in Pour Jean Malaurie. 102 témoignages en hommage à quarante ans d'études arctiques, pp. 59-64, Paris, Plon.
- 1990b - entrées aroe/bope', kanaima', Ñamandu', wakan' et yuy marä ey', in A. Jacob (sous la direction de) Encyclopédie philosophique universelle, II, Les notions philosophiques, dictionnaire, tome 2, Paris, PUF.
- 1991a - Les sociétés exotiques ont-elles des paysages', débat avec E. Copet-Rougier, B. Glowczewski-Barker, M. Izard, C. Lévi-Strauss et B. Saladin d'Anglure, présenté par J. Cloarec et P. Lamaison, Études Rurales, n° 121-124, janvier-décembre 1991, pp. 151-158.
- 1991b - entrées Amazonie', Amérique' (avec M. Izard), Écologie culturelle', Guerre' (avec M. Izard), Nimuendajú, C.', Nordenskiöld, E.', Sauvage', Sociobiologie', Steward, J. H.', in Dictionnaire de l'ethnologie et de l'anthropologie, Paris, PUF.
- 1992a - Lezioni amazzoniche', in F. La Cecla (sous la direction de) Pornoecologia. La natura e sua immagine, pp.59-70, Milan, Volontà.
- 1992b - Societies of nature and the nature of society', in A. Kuper (sous la direction de) Conceptualizing Society, pp.107-126, Londres, Routledge.
- 1993a - Introduction' (avec A. C. Taylor) au numéro spécial de l'Homme, La remontée de l'Amazone. Anthropologie et histoire des sociétés amazoniennes, n°126-128, avril-décembre 1993, pp. 13-24.
- 1993b - Les affinités sélectives : alliance, guerre et prédation dans l'ensemble jivaro', l'Homme 126-128, pp.171-190.
- 1994a - Action et activisme humanitaire en Amazonie', in F. Barret-Ducrocq (sous la direction de) Intervenir? Droits de la personne et raison d'État, pp. 254-257, Paris, Bernard Grasset.
- 1994b - Homeostasis as a cultural system: the Jivaro case' in A. Roosevelt (sous la direction de) Amazonian Indians from Prehistory to the Present : Anthropological Perspectives, pp. 203-224, Tucson, The University of Arizona Press.
- 1994c - La vie est un songe', Gradhiva n° 16, pp. 113-115.
- 1994d - Pourquoi les Indiens d'Amazonie n'ont-ils pas domestiqué le pécari ? Généalogie des objets et anthropologie de l'objectivation', in B. Latour et P. Lemonnier (sous la direction de) De la préhistoire aux missiles balistiques. L'intelligence sociale des techniques, pp. 329-344, Paris, La Découverte, collection Recherches'.
- 1994e - Retrospections', Gradhiva n°16, pp.15-27.
- 1996a - Le rapport à la nature et à l'environnement : un commentaire', in S. Gruzinski et N. Wachtel (sous la direction de) Le Nouveau Monde, Mondes Nouveaux. L'expérience américaine, pp. 163-167, Paris, Éditions Recherches sur les Civilisations et Éditions de l'EHESS.
- 1996b - Introduction ', in P. Descola G. Pálsson (sous la direction de) Nature and Society: Anthropological Perspectives, pp. 1-21, Londres, Routledge, .
- 1996c - Constructing natures: Symbolic ecology and social practice ', in P. Descola G. Pálsson (sous la direction de) Nature and Society: Anthropological Perspectives, pp. 82-102, Londres, Routledge.
- 1996d - A bricoleur's workshop: writing the Spears of Twilight', in J. McClancy C. McDonnaugh (sous la direction de) Popularizing Anthropology, pp. 208-224, Londres, Routledge.
- 1996e - Anthropologie structurale et ethnologie structuraliste', in J. Revel et N. Wachtel (sous la direction de) Une école pour les sciences sociales. De la VI° section à l'EHESS, pp. 127-143, Paris, Cerf et Éditions de l'EHESS.
- 1996f - Les cosmologies des Indiens d'Amazonie', La Recherche n° 292, pp. 62-67.
- 1996g - Totemism', in A. Kuper J. Kuper (sous la direction de) The Social Science Encyclopedia, Second Edition, pp. 877-878, Londres, Routledge.
- 1997a - Encore un peu plus au nord', Gradhiva n°20, pp. 120-22.
- 1997b - Ecologia e cosmologia', in E. Castro et F. Pinton (sous la direction de) Faces do Tropico Humedo. Conceitos e questões sobre desenvolvimento e meio ambiente, Belém, Editora Cejup, pp. 243-261.
- 1998a - (avec M. Strathern, M. Carneiro da Cunha, C. A. Afonso et P. Harvey) Exploitable knowledge belongs to the creators of it: a debate', Social Anthropology 6 (1), pp. 109-126.
- 1998b - Can Culture be Copyrighted? A comment', Current Anthropology 39 (2), pp. 208-209.
- 1998c - Estrutura o sentimento. A relação com o animal na Amazônia', Mana 4 (1), pp. 23-46.
- 1998d - L'esprit de défense à l'épreuve de l'anthropologie', in L'esprit de défense à l'épreuve des ruptures, pp. 71-78, Paris, Centre d'études en sciences sociales de la Défense, ADDIM.
- 1998e - Humains et non-humains chez les Amérindiens', Pratiques (4), pp. 81-85.
- 1999a - Des proies bienveillantes. Le traitement du gibier dans la chasse amazonienne', in F. Héritier (sous la direction de) De la Violence, II, pp. 19-44, Paris, Odile Jacob.
- 1999b - Les natures sont dans la culture', Sciences Humaines (Hors série n°23), pp. 46-49.
- 1999c - Diversité biologique et diversité culturelle', in Nature sauvage, nature sauvée? Ecologie et peuples autochtones, Ethnies, (Hors série n° 24-25), pp. 213-235.
- 1999d - La nature : un concept en sursis?', in G. Pessis-Pasternak (sous la direction de) La science : dieu ou diable ? , pp. 109-122, Paris, Odile Jacob.
- 1999e - Ecologiques', in Ph. Descola, J. Hamel et P. Lemonnier (sous la direction de) La Production du social. Autour de Maurice Godelier. Actes du Colloque de Cerisy, pp. 117-130, Paris, Fayard.
- 1999f - Race, cultures et ontologies', Les cahiers du Comité Consultatif National d'Éthique 20, juillet 1999, pp. 19-22.
- 1999g - A selvageria culta', in A. Novaes (sous la direction de) A outra margem do Ocidente, pp. 107-124, São Paulo, Companhia Das Letras.
- 2000a - La descendance d'Héphaistos', in J.-L. Jamard, E. Terray et M. Xanthakou (sous la direction de) En Substances. Textes en hommage à Françoise Héritier, pp. 329-340, Paris, Fayard.
- 2000b - Un dialogue entre lexiques. Ethnographies croisées d'un dictionnaireespagnol-shuar', in A. Monod Becquelin et Ph. Erikson (sous la direction de) Les rituels du dialogue. Promenades ethnolinguistiques en terres amérindiennes, pp. 313-328, Nanterre, Société d'Ethnologie.
- 2000c - Genealogia e discendenze del marxismo nell'antropologia francese', in M. Izard et F. Viti (sous la direction de) Antropologia delle tradizioni intelletuali : Francia e Italia, pp. 55-65, Rome, Cisu.
- 2000d L'anthropologie et la question de la nature', in M. Abélés, L. Charles, H.-P. Jeudy et B. Kalaora (sous la direction de) L'environnement en perspective. Contextes et représentations de l'environnement, pp. 61-84, Paris, L'Harmattan.
- 2001a Par-delà la nature et la culture', Le Débat 114, mars-avril 2001, pp. 86-101.
- 2001b Leçon inaugurale de la chaire d'Anthropologie de la nature', Collège de France.
- 2001c - The Genres of Gender. Local Models and Global Paradigms in the Comparison of Amazonia and Melanesia', in T. Gregor D. Tuzin (sous la direction de) Amazonia and Melanesia : Gender and Anthropological Comparison,pp. 91-114, Berkeley, University of California Press."
Key authors of our time : TIM INGOLD
I quote:
"Professor Timothy Ingold
Chair in Social Anthropology
Department of Anthropology |
Tim Ingold was born in 1948. He received his BA in Social Anthropology from the University of Cambridge in 1970, and his PhD in 1976. For his doctoral research he carried out ethnographic fieldwork (1971-72) among the Skolt Saami of northeastern Finland, and the resulting monograph ('The Skolt Lapps Today', 1976) was a study of the ecological adaptation, social organisation and ethnic politics of this small minority community under conditions of post-war resettlement. Following a year (1973-74) at the University of Helsinki, he was appointed to a Lectureship in Social Anthropology at the University of Manchester. Here he continued his research on northern circumpolar peoples, looking comparatively at hunting, pastoralism and ranching as alternative ways in which such peoples have based a livelihood on reindeer or caribou. His second book, 'Hunters, pastoralists and ranchers: reindeer economies and their transformations', was published in 1980. A further spell of ethnographic fieldwork, this time among Finnish rather than Saami people, was undertaken in the district of Salla, in northern Finland, in 1979-80. The purpose of this research was to examine how farming, forestry and reindeer herding were combined on the level of local livelihood, to investigate the reasons for the intense rural depopulation in the region, and to compare the long term effects of post-war resettlement here with those experienced by the Skolt Saami.
Ingold’s research on circumpolar reindeer herding and hunting led to a more general concern with human-animal relations and the conceptualisation of the humanity-animality interface, as well as with the comparative anthropology of hunter-gatherer and pastoral societies, themes which he also explored while teaching courses at Manchester in economic and ecological anthropology. These concerns led to a number of essays which were collected together in his book 'The Appropriation of Nature', published in 1986. The same year also saw the publication of another major volume, 'Evolution and Social Life', a study of the ways in which the notion of evolution has been handled in the disciplines of anthropology, biology and history, from the late nineteenth century to the present. Two important conferences also took place in that year: the World Archaeological Congress (Southampton), in which Ingold organised a series of sessions devoted to cultural attitudes to animals, and the Fourth International Conference on Hunting and Gathering Societies (London), of which he was a principal organiser. Ingold edited one of the volumes to arise from the Southampton Congress, 'What is an animal?', published in 1988, and was co-editor of the two-volume work 'Hunters and Gatherers', consisting of papers from the London conference and published in the same year.
Through a reconsideration of toolmaking and speech as criteria of human distinctiveness, Ingold became interested in the connection, in human evolution, between language and technology. With Kathleen Gibson, he organised an international conference on this theme in 1990, and the resulting volume, edited by Gibson and Ingold ('Tools, language and cognition in human evolution'), was published in 1993. Since then, Ingold has sought ways of bringing together the anthropologies of technology and art, leading to his current view of the centrality of skilled practice. At the same time he has continued his research and teaching in ecological anthropology and, influenced by the work of James Gibson on perceptual systems, has been exploring ways of integrating ecological approaches in anthropology and psychology. In his recent work, linking the themes of environmental perception and skilled practice, Ingold has attempted to replace traditional models of genetic and cultural transmission, founded upon the alliance of neo-Darwinian biology and cognitive science, with a relational approach focusing on the growth of embodied skills of perception and action within social and environmental contexts of development. These ideas are presented in his book 'The Perception of the Environment' (2000), a collection of twenty-three essays written over the previous decade on the themes of livelihood, dwelling and skill.
Ingold was appointed to a Chair at the University of Manchester in 1990, and in 1995 he became Max Gluckman Professor of Social Anthropology. He was Editor of 'Man' (the Journal of the Royal Anthropological Institute) from 1990 to 1992, and edited the Routledge 'Companion Encyclopedia of Anthropology', published in 1994. In 1988 he founded the Group for Debates in Anthropological Theory, and edited a volume of the first six annual debates ('Key Debates in Anthropology', 1996). He was elected to a Fellowship of the British Academy in 1997, and of the Royal Society of Edinburgh in 2000. In 1999 he was President of the Anthropology and Archaeology Section of the British Association for the Advancement of Science.
In 1999, Tim Ingold moved to take up the newly established Chair of Social Anthropology at the University of Aberdeen, where he has been instrumental in setting up the UK's youngest Department of Anthropology, established in 2002. In his latest research he has been exploring three themes, all arising from his earlier work on the perception of the environment, concerning first, the dynamics of pedestrian movement, secondly, the creativity of practice, and thirdly, the linearity of writing. These issues all come together in his current project, funded by a 3-year ESRC Professorial Fellowship (2005-08), entitled 'Explorations in the comparative anthropology of the line'. Starting from the premise that what walking, observing and writing all have in common is that they proceed along lines of one kind and another, the project seeks to forge a new approach to understanding the relation, in human social life and experience, between movement, knowledge and description. At the same time, and complementing this study, Ingold is researching and teaching on the connections between anthropology, archaeology, art and architecture (the '4 As'), conceived as ways of exploring the relations between human beings and the environments they inhabit. Taking an approach radically different from the conventional anthropologies and archaeologies 'of' art and of architecture, which treat artworks and buildings as though they were merely objects of analysis, he is looking at ways of bringing together the 4 As on the level of practice, as mutually enhancing ways of engaging with our surroundings.
Research Interests
Geographical: Finland, Lapland, northern Europe, northern circumpolar (including N America, Siberia).
Interests relating to past fieldwork: Work, environment and identity among Saami and Finnish people in Lapland; reindeer herding and husbandry in northern Finland; domestic organisation and rural economy among northern Finnish farmers; migration and rural depopulation; long-term effects of displacement and resettlement; social and environmental aspects of technical change.
Theoretical interests: Ecological approaches in anthropology and psychology; comparative anthropology of hunter-gatherer and pastoral societies; human-animal relations; theories of evolution in anthropology, biology and history; relations between biological, psychological and anthropological approaches to culture and social life; environmental perception; language, technology and skilled practice; anthropology, archaeology, art and architecture; the anthropology of lines and line-making.
Current Research
Learning is understanding in practice: exploring the relations between perception, creativity and skill (2002-2005). See http://www.abdn.ac.uk/creativityandpractice/
This project, funded by the Arts and Humanities Research Board, was undertaken in conjunction with the School of Fine Art at the University of Dundee. The project combines approaches from fine art and anthropology to examine the relation between perception, creativity, innovation and skill, through an empirical study of the knowledge practices of fine art. The research has also explored the potential of a practice-based approach to teaching and learning in both disciplines.
Culture from the ground: walking, movement and placemaking (2004-2006). See http://www.abdn.ac.uk/anthropology/walking.php
This project, funded by the Economic and Social Research Council, builds on a previous study that focused specifically on recreational rambling and hillwalking in Scotland. The current research is designed to reveal the sociality of walking over a broader canvas. Through an ethnography of everyday pedestrian movements we are exploring how walking binds time and place in people’s experience, relationships and life-histories
Lines from the past: towards an anthropological archaeology of inscriptive practices
This project is to convert a series of six public lectures delivered in Edinburgh in May 2003 into a short book, Lines from the past, scheduled for completion early in 2006. These were the Rhind Lectures, sponsored by the Society of Antiquaries of Scotland. In them, I sketched an initial agenda for the comparative anthropology of the line, focusing on the themes of: language, music and notation; traces, threads and surfaces; the gestural trace and the point-to-point connector; writing and drawing, and the significance of the straight line.
Explorations in the comparative anthropology of the line (2005-2008)
This project, funded by a Professorial Fellowship from the Economic and Social Research Council, pursues the implications of treating the human being not as a self-contained entity but as growing along a way of life. Every such way is a line of some kind. Through a comparative and historical anthropology of the line, the research will forge a new approach to understanding the relation, in human life and experience, between movement, knowledge and description. As a work of intellectual synthesis, the research will be library- based, spanning literatures in several disciplines within and beyond the social sciences. It will lead to the production of two major books. 'Life on the line' will explore how, in the transition from the trace to the connector, the growing line was shorn of the movement that gave rise to it. 'The 4 As' will examine the relations between anthropology, archaeology, art and architecture as disciplinary paths along which environments are perceived, shaped and understood.
Selected Publications
Books (Authored)
Lines: a brief history (London: Routledge, 2007).
The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill (London : Routledge, 2000).
Evolution and social life (Cambridge : Cambridge University Press, 1986).
The appropriation of nature: essays on human ecology and social relations (Manchester : Manchester University Press, 1986).
Hunters, pastoralists and ranchers: reindeer economies and their transformations (Cambridge : Cambridge University Press, 1980).
The Skolt Lapps today (Cambridge: Cambridge University Press, 1976).
Books (Edited)
(with E. Hallam) Creativity and cultural improvisation (Oxford: Berg, 2007).
Key debates in anthropology, 1988-1993 (London : Routledge, 1996).
Companion encyclopaedia of anthropology: Humanity, culture and social life (London : Routledge, 1994).
(with K. R. Gibson ) Tools, language and cognition in human evolution (Cambridge : Cambridge University Press, 1993).
Evolutionary models in the social sciences ( Leiden : E J Brill, 1991).
What is an animal? (London : Unwin Hyman, 1988).
The social implications of agrarian change in northern and eastern Finland (Helsinki : Anthropological Society of Finland, 1988).
(with D. Riches, J. Woodburn ) Hunters and gatherers, Vol I: History, evolution and social change (Oxford : Berg, 1988).
(with D. Riches, J. Woodburn ) Hunters and gatherers, Vol II: Property, power and ideology (Oxford : Berg, 1988).
Books in translation
1991 Evolución y vida social, trans. M E Moreno and C y R Ramirez, from Evolution and social life (1986). Mexico, D.F.: Editorial Grijalbo. 493pp.
2001 Ecologia della cultura, trans. C. Grasseni and F. Ronzon (a collection of six papers, previously published in English). Rome: Meltemi. 237 pp.
Chapters in Books
(with E. Hallam) 'Creativity and cultural improvisation: an introduction', in E. Hallam and T. Ingold (ed), Creativity and cultural improvisation (Oxford: Berg, 2007) pp 1-24.
'Introduction' (Part 1), in E. Hallam and T. Ingold (ed), Creativity and cultural improvisation (Oxford: Berg, 2007) pp 45-54.
(with J. Lee), 'Fieldwork on foot: Perceiving, routing,socializing', in S. Coleman and P. Collins (ed), Locating the field: space, place and context in anthropology (Oxford: Berg, 2006), pp 67-85.
'Against human nature', in N. Gontier, J. P. van Bendegem and D. Aerts (ed), Evolutionary epistemology, language and culture (Dordrecht : Springer, 2006), pp 259-281.
'Walking the plank: meditations on a process of skill', in J. R. Dakers (ed), Defining technological literacy: towards an epistemological framework (New York : Palgrave Macmillan, 2006), pp 65-80.
'Time, memory and property', in T. Widlok and W. G. Tadesse (ed), Property and equality, Volume 1: Ritualisation, sharing, egalitarianism (Oxford : Berghahn, 2005), pp 165-174.
'A manifesto for the anthropology of the North.', in A. Sudkamp (ed), Connections: local and global aspects of Arctic social systems (University of Alaska, Fairbanks : International Arctic Social Sciences Association, 2005), pp 61-71.
'Naming as storytelling: speaking of animals among the Koyukon of Alaska', in A. Minelli, G. Ortalli and G. Sanga (ed), Animal names (Venice : Istituto Veneto di Scienze, Lettere ed Arti, 2005), pp 159-172.
'Two reflections on ecological knowledge', in G. Sanga and G. Ortalli (ed), Nature knowledge: ethnoscience, cognition, identity (Oxford : Berghahn, 2004), pp 301-311.
'André Leroi-Gourhan and the evolution of writing', in F. Audouze and N. Schlanger (ed), Autour de l’homme: contexte et actualité d’ André Leroi-Gourhan (Antibes : APDCA, 2004), pp 109-123.
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'Life beyond the edge of nature? or, the mirage of society', in J. D. Greenwood (ed), The mark of the social (Lanham, MD : Rowman and Littlefield, 1997), pp 231-252.
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Journal Articles
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'Materials against materiality', Archaeological Dialogues, 14(1) (2007): 1-16.
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'The trouble with "evolutionary biology"', Anthropology Today, 23(2) (2007): 13-17.
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'Rethinking the animate, re-animating thought', Ethnos, 71(1) (2006) : 9-20.
'The eye of the storm: visual perception and the weather', Visual Studies, 20(2) (2005) : 97-104.
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'Epilogue: towards a politics of dwelling', Conservation and Society, 3(2) (2005) : 501-508.
'Beyond biology and culture: the meaning of evolution in a relational world.', Social Anthropology, 12(2) (2004) : 209-221.
'Culture on the ground: the world perceived through the feet', Journal of Material Culture, 9(3) (2004) : 315-340.
'Anthropology at Aberdeen', The Aberdeen University Review, 60(3) (2004) : 181-197.
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'Between evolution and history: biology, culture, and the myth of human origins', Proceedings of the British Academy, 112 (2002) : 43-66.
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(with T. Kurttila) 'Perceiving the environment in Finnish Lapland', Body and Society, 6(3-4) (2000) : 183-196.
'‘Tools for the hand, language for the face’: an appreciation of Leroi-Gourhan's 'Gesture and Speech'', Studies in the History and Philosophy of Biological and Biomedical Science, 30(4) (1999) : 411-453.
'From complementarity to obviation: on dissolving the boundaries between social and biological anthropology, archaeology and psychology', Zeitschrift für Ethnologie, 123 (1) (1998) : 21-52.
'Eight themes in the anthropology of technology', Social Analysis, 4(1) (1997) : 106-138.
Articles in books (up to 1996)
1979 The social and ecological relations of culture-bearing organisms: an essay in evolutionary dynamics. In Social and ecological systems, eds R Ellen and P Burnham. London: Academic Press, pp 271-91.
1980 Statistical husbandry: chance, probability and choice in a reindeer-management economy. In Numerical techniques in social anthropology, ed J C Mitchell. Philadelphia: ISHI, pp 87-115.
1980 The principle of individual autonomy and the collective appropriation of nature. In 2nd International Conference on Hunting and Gathering Societies, 19 to 24 September 1980, Quebec, Université Laval, Departement d'Anthropologie, pp 71-86.
1981 The hunter and his spear: notes on the cultural mediation of social and ecological systems. In Economic archaeology, eds A Sheridan and G Bailey. BAR International Series, Oxford, pp 119-30.
1984 The politics of culture in Finnish Lapland. In Ethnic Challenge: the politics of ethnicity in Europe, eds H Vermeulen and J Boissevain. Göttingen: Herodot, pp 67-83.
1984 Time, social relations and the exploitation of animals: anthropological reflections on prehistory. In Animals and archaeology, Vol 3: Early herders and their flocks, eds. J Clutton-Brock and C Grigson. Oxford: BAR, pp 3-12.
1984 The estimation of work in a northern Finnish farming community. In Family and work in rural societies: perspectives on non-wage labour, ed N Long. London: Tavistock, pp 116-34.
1985 The significance of storage in hunting societies. In Les techniques de conservation des grains à long terme, Vol 3 Part I, eds M Gast, F Sigaut and C Beutler. Paris: Editions du CNRS, pp 33-45.
1988 The animal in the study of humanity. In What is an animal? ed T Ingold. London: Unwin Hyman, pp 84-99.
1988 Introduction. In What is an animal? ed T Ingold. London: Unwin Hyman, pp 1-16.
1988 Notes on the foraging mode of production. In Hunters and Gatherers I: History, evolution and social change, eds T Ingold, D Riches and J Woodburn. Oxford: Berg, pp 269-285.
1988 Land, labour and livelihood in Salla, northeastern Finland. In The social implications of agrarian change in northern and eastern Finland, ed T Ingold. Helsinki: Anthropological Society of Finland, pp 121-39.
1989 The social and environmental relations of human beings and other animals. In Comparative socioecology, eds V Standen and R Foley (British Ecological Society Special Publications Series). Oxford: Blackwell, pp 495-512.
1990 The day of the reindeerman: a model derived from cattle ranching, and its application to the analysis of the transition from pastoralism to ranching in Northern Finland. In Nomads in a changing world, eds C Salzman and J G Galaty. Naples: Instituto Universitario Orientale, Dipartimento di Studi Asiatici, pp 441-470.
1992 Culture and the perception of the environment. In Bush base, forest farm: culture, environment and development, eds D Parkin and E Croll. London: Routledge, pp 39-56.
1992 The Arctic: 'The people' and 'Peoples and cultures of the Eurasian arctic and subarctic'. Encyclopaedia Britannica (15th Edition). Vol. 14, pp 13-19.
1993 Tools and hunter-gatherers. In The use of tools by human and non-human primates, eds. A Berthelet & J Chavaillon. Oxford: Clarendon Press, pp 281-295.
1993 Introductions to Sections 1 and 5. In Tools, language and cognition in human evolution, eds K R Gibson and T Ingold. Cambridge University Press, pp 35-42 and pp 337-45.
1993 Tool-use, sociality and intelligence. In Tools, language and cognition in human evolution, eds K R Gibson and T Ingold. Cambridge University Press, pp 429-445.
1993 Technology, language, intelligence: a reconsideration of basic concepts. In Tools, language and cognition in human evolution, eds K R Gibson and T Ingold. Cambridge University Press, pp 449-72.
1993 The art of translation in a continuous world. In Beyond boundaries: understanding, translation and anthropological discourse, ed. G Palsson. Oxford: Berg, pp 210-230.
1993 The reindeerman's lasso. In Technological choices: transformation in material cultures since the Neolithic, ed. P Lemmonier. London: Routledge, pp 108-125.
1993 Globes and spheres: the topology of environmentalism. In Environmentalism: the view from anthropology, ed K Milton. London: Routledge, pp 31-42.
1994 General introduction. In Companion encyclopaedia of anthropology: humanity, culture and social life, ed. T Ingold. London: Routledge, pp xiii-xxii.
1994 Introduction to humanity. In Companion encyclopaedia of anthropology: humanity, culture and social life, ed. T Ingold. London: Routledge, pp 3-13.
1994 Humanity and animality. In Companion encyclopaedia of anthropology: humanity, culture and social life, ed. T Ingold. London: Routledge, pp 14-32.
1994 Introduction to culture. In Companion encyclopaedia of anthropology: humanity, culture and social life, ed. T Ingold. London: Routledge, pp 329-349.
1994 Introduction to social life. In Companion encyclopaedia of anthropology: humanity, culture and social life, ed. T Ingold. London: Routledge, pp 737-755.
1994 Tool-using, tool-making and the evolution of language. In Hominid culture in primate perspective, eds. D Quiatt and J Itani. Boulder: University Press of Colorado, pp 279-314.
1994 From trust to domination: an alternative history of human-animal relations. In Animals and human society: changing perspectives, eds. A Manning and J Serpell. London: Routledge, pp 1-22.
1995 “People like us”: the concept of the anatomically modern human. In Man, ape, apeman: changing views since 1600, eds. R Corbey and B Theunissen. Evaluative Proceedings of the Pithecanthropus Centennial Congress, Vol. IV. Leiden, pp. 241-262.
1995 Building, dwelling, living: how animals and people make themselves at home in the world. In Shifting contexts, ed. M Strathern. London: Routledge, pp 57-80.
1996 Culture, perception and cognition. In Psychological research: innovative methods and strategies, ed. J Haworth. London: Routledge, pp. 99-119.
1996 General introduction. In Key debates in anthropology, ed. T Ingold. London: Routledge, pp 1-14.
1996 Hunting and gathering as ways of perceiving the environment. In Redefining nature: ecology, culture and domestication, eds. R Ellen and K Fukui. Oxford: Berg, pp. 117-155.
1996 Growing plants and raising animals: an anthropological perspective on domestication. In The origins and spread of agriculture and pastoralism in Eurasia, ed. D R Harris. London: UCL Press, pp. 12-24.
1996 The forager and economic man. In Nature and society: anthropological perspectives, eds. P Descola and G Palsson. London: Routledge, pp. 25-44.
1996 Articles on “Animal domestication” (Vol I, pp 60-64) and “Technology and culture” (Vol 4, pp 1297-1301), in The encyclopedia of cultural anthropology, eds. D Levinson and M Ember. Lakeville, CT: American Reference Company Inc.
1996 Human worlds are culturally constructed: Against the motion, I. In Key debates in anthropology, ed. T Ingold. London: Routledge, pp. 112-118.
Journal articles (up to 1996)
1971 Fieldwork in Sevettijärvi: some preliminary thoughts. Nord-Nytt 4: 251-69.
1973 Social and economic problems of Finnish Lapland. Polar Record 16: 809-26.
1974 Entrepreneur and protagonist: two faces of a political career. Journal of Peace Research 11: 179-88.
1974 On reindeer and men. Man (NS) 9: 523-38.
1978 The rationalization of reindeer management among Finnish Lapps. Development and Change 9: 103-32.
1978 A problem in Lappish kinship terminology. Research Reports of the Department of Sociology, University of Helsinki, No 214, 29 pp.
1978 The transformation of the siida. Ethnos 43: 146-62.
1983 The significance of storage in hunting societies. Man (NS) 18: 553-71.
1983 The architect and the bee: reflections on the work of animals and men (Malinowski lecture, 1982). Man (NS) 18: 1-20.
1983 Farming the forest and building the herds: Finnish and Sami reindeer management in Lapland. Production pastorale et société 12: 57-70.
1983 Gathering the herds: work and co-operation in a northern Finnish community. Ethnos 48: 133-59.
1985 Khazanov on nomads (review article). Current Anthropology 26: 384-7.
1985 Who studies humanity? The scope of anthropology. Anthropology Today 1: 15-16.
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1987 Ihminen ja eläin antropologiassa [Man and animal in anthropology]. Suomen antropologi 12: 2-10 (in Finnish).
1988 Signs of life (review article). Semiotica 69: 179-84.
1988 Living Arctic at the Museum of Mankind. Anthropology Today 4(4): 14-17.
1988 Tools, minds and machines: an excursion in the philosophy of technology. Techniques et Culture 12: 155-76.
1990 An anthropologist looks at biology (Curl Lecture, 1989). Man (NS) 25: 208-29.
1990 Society, nature and the concept of technology. Archaeological Review from Cambridge 9(1): 5-17.
1991 Introduction: evolutionary models in the social sciences. Cultural Dynamics 4(3): 239-250.
1991 Becoming persons: consciousness and sociality in human evolution. Cultural Dynamics 4(3): 355-378.
1992 Foraging for data, camping with theories: hunter-gatherers and nomadic pastoralists in archaeology and anthropology. Antiquity 66: 790-803.
1993 An archaeology of symbolism (review article). Semiotica 96: 309-314.
1993 The temporality of the landscape. World Archaeology 25: 152-174.
1995 Work, time and industry. Time and Society 4(1): 5-28.
1995 "People like us": the concept of the anatomically modern human. Cultural Dynamics 7: 187-214.
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1996 Situating Action V: The history and evolution of bodily skills. Ecological Psychology 8: 171-182.
1996 Situating Action VI: A comment on the distinction between the material and the social. Ecological Psychology 8: 183-187.
1996 Why four why's: a response to Dunbar. Cultural Dynamics 8: 375-384 "