Gosto imenso de Portugal quando há futebol. Paz nas ruas, paz nos centros comerciais, paz mesmo nas grandes superfícies (supermercados) onde os empregados se tornam subitamente solícitos e meninas fardadas sexy nos vão buscar directamente o artigo difícil que procuramos. Portugal é bom desertado de todos os portugueses que vêem futebol, que estão concentrados junto aos televisores, em torno de grandes écrãs, ou mesmo nos estádios, dando gritos, ou mesmo urros de quando em vez, mas que só se ouvem ao longe. As bandeirinhas tremelicam e Portugal estica-se, estica-se, fica um longo país, como a praia da Costa da Caparica há cinquenta anos, em que uma pessoa andava muito para ir da barraca ao mar. Lindo Portugal, feliz Portugal, docilizado país, está tudo contente, os que gostam e gritam, escancarando gargantas que (paradoxos...) nem figuras de quadro de Guernica, e os que preferem o repouso das grandes palmeiras sobre o Douro.
Gosto. Ah grande pobo!
Salazar teria rejubilado.
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