domingo, 13 de janeiro de 2008

E vão cinco...

Há no senso comum pelo menos cinco adversários contra os quais te(ría)mos de lutar:

- que a política é uma coisa para "os políticos" (sublimação do profundo sentimento de impotência do cidadão eleitor perante a dificuldade em formar opinião e conseguir lutar por ela com êxito), constituindo sobretudo um espectáculo televisivo, tal como a telenovela ou o futebol

- que a filosofia é uma coisa para "os filósofos" ou para aqueles que se tentam armar em superiores intelectualmente, "falando caro" para aumentarem o seu estatuto

- que a "ciência", em especial reduzida às ciências "exactas", é o saber por excelência, o qual produz soluções técnicas para os problemas e, tendencialmente, para quase todos (culto dos ignorantes - que somos todos e cada um de nós - por um novo deus que veio substituir, no dia a dia, o deus antigo, paternal, protector e todo-poderoso), bem como a outra face da moeda que é o esoterismo, a superstição, a falta de cultura científica, resultante de baixos níveis de escolaridade e de exigência que ainda se notam, no hedonismo reinante

- que por pequenas acções (sem dúvida úteis e estimáveis!), como as de distribuir o lixo por tipos e o deitar nos sítios próprios, salvamos o mundo da destruição para que o capitalismo global nos conduz (mesmo contra a vontade de alguns políticos "bem intencionados"), voltando eventualmente a uma situação de "equilíbrio homem-natureza" (equilíbrio esse de que se desconhece inteiramente o tempo e o lugar - terá sido no paraíso?...)

- que o direito do(a) fumador(a) é um direito como outro qualquer, sendo admissível que não só ele(a), fumador(a), passe a vida a candidatar-se a um cancro e outras doenças (em nome do liberalismo de que se não pode ser autoritário), como a poluir o ar em volta jamais se podendo saber que mal está a provocar aos outros que não têm, ou já superaram, tão tremendo e suicidário vício (fala um ex-fumador)


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