segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Primeiro Ministro



Deu hoje uma entrevista a Miguel Sousa Tavares com serenidade e sentido de Estado, após semanas de uma campanha orquestrada para o derrubar a ele e ao governo que resultou da votação dos portugueses, campanha essa que já provoca(va) vómitos em todas as pessoas sérias.
Gostei!


2 comentários:

João Moreira disse...

Sócrates irá derrubar-se a ele próprio caso continue com as mesmas políticas. Aliás, a pesada derrota eleitoral que o PS dele sofreu é sinal disso mesmo: perder 500mil votos é obra...

Vitor Oliveira Jorge disse...

Não houve derrota eleitoral: sim,vitória.
Confundir desejo com realidade é desfocar.
Perder ou ganhar votos é próprio da política, desta democracia. Mas quem ganha as eleições, mesmo que seja por um voto, ganha.As eleições não são para obter maioria absoluta, mas para eleger a AR.
Nem a maioria relativa, que permite formar governo, é um bem ou mal em si.
Por outro lado, uma coisa são os nossos desejos (quão longe andam os meus, como os de qualquer um, relativamente ao que acontece), outra a administração prática de um país periférico, com um problema histórico de pobreza, integrado num sistema mundial capitalista em crise profunda, numa Europa em embrião sem a liderança política desejável, etc.
Concentrar as nossas frustrações numa pessoa ou num governo que até tem trabalhado, com maior ou menor felicidade (por ex., a ministra da educação anterior foi um erro de casting, exasperou as pessoas até ao limite suportável, é óbvio) e dirigir um ataque permanente, enfim...é um sintoma que, quando ampliado, daria para amplos comentários. Eu evito esses primarismos e fulanizações.
É que há muitos processos de relaxar sem ser o de fazer do primeiro ministro pushing ball das nossas frustrações, individuais ou colectivas, diariamente, orquestradamente, de forma assassina. Por detrás da qual se perfilam forças reaccionárias e, mesmo até, fascistas, porque tal mal não está erradicado.
Longe de ser o que eu desejaria, o PS é a minha muralha contra as brechas de uma direita que começa por ser civilizada e depois, por detrás dela, estão as hostes da sombra, que levariam o país para a ruína total. Aliás, basta ver o que acontece no maior partido da oposição, símbolo do desnorte, e onde figuras com cabeça, que as tem muitas, não querem avançar... por isso o derrube de Sócrates não seria bom, seria uma desgraça neste momento. Não há alternativa,. apesar de todos os defeitos que possa ter. Mas força anímica tem, porque dá vontade a certa altura de mandar isto às malvas e de ir trabalhar para outro lado, eventualmente para o estrangeiro, como fizeram políticos anteriores.