sábado, 5 de julho de 2008

José Leite de Vasconcelos

Museu Nacional de Arqueologia
homenageia José Leite de Vasconcelos
Lisboa, 9:45 | Sábado, 5 de Jul de 2008 (Lusa)

O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) realiza segunda-feira uma sessão solene na Academia das Ciências de Lisboa para assinalar os 150 anos do nascimento do investigador em ciências sociais José Leite de Vasconcelos.


Lisboa, 05 Jul (Lusa) - O Museu Nacional de Arqueologia (MNA) realiza segunda-feira uma sessão solene na Academia das Ciências de Lisboa para assinalar os 150 anos do nascimento do investigador em ciências sociais José Leite de Vasconcelos.

"Leite de Vasconcelos foi um incansável peregrino do saber", disse à Lusa Luís Raposo, actual director do Museu Nacional de Arqueologia, uma instituição fundada em 1893 pelo investigador com a designação de Museu Etnográfico Português.

Na cerimónia, será lançada uma fotobiografia do investigador, um volume com mais de 300 páginas e vários documentos inéditos sobre a vida e obra de Leite de Vasconcelos, incluindo cartas pessoais, bilhetes e fotos de viagens.

Leite de Vasconcelos nasceu a 7 de Julho de 1858, formou-se em Medicina e apresentou uma tese de licenciatura sobre a evolução da linguagem. Morreu em 1941 deixando uma vasta obra nas áreas da filologia, linguística, etnografia e arqueologia.

"Apesar da sua formação, a Medicina não era das coisas que o interessavam mais", referiu Raposo, apontando que dedicou apenas dois anos ao exercício médico.

Luís Raposo salientou a vasta correspondência do primeiro director do museu.

O Museu Nacional de Arqueologia acolhe actualmente cerca de "25 mil espécimes epistolares" de Leite de Vasconcelos, que teve mais de 4 mil correspondentes, indicou.

Para Luís Raposo, José Leite de Vasconcelos foi "um nacionalista" numa perspectiva "progressista", de interesse "por um território e as gentes que o ocupam desde as origens mais antigas".

Leite de Vasconcelos doutorou-se na Universidade de Paris com um estudo sobre dialectologia portuguesa.

O livro "As religiões da Lusitânia" e a fundação do próprio museu - que o investigador pretendia que fosse um Museu do Homem - são, no entender de Luís Raposo, as duas grandes obras de Leite de Vasconcelos.

Na celebração dos 150 anos do seu fundador, o Museu Nacional de Arqueologia inaugura, também na segunda-feira, uma exposição intitulada "Impressões do Oriente. De Eça de Queirós a Leite de Vasconcelos" e lança um postal comemorativo criado pelos CTT.

A exposição reúne fotografias (de um espólio adquirido pelo Estado português e integrado na Divisão de Documentação Fotográfica do Instituto dos Museus e da Conservação) que ficaram como registos de viagem, desde 1850 até 1890, na região do Médio Oriente, acrescentando-lhe "uma dimensão nacional", com apontamentos da viagem de Eça de Queirós ao Canal de Suez, em 1869, e de Leite de Vasconcelos ao Egipto, em 1909, para um congresso de arqueologia.

Uma das "preciosidades" que a exposição vai mostrar (até 31 de Dezembro) é o equipamento fotográfico que Leite de Vasconcelos utilizava, indicou o director do Museu Nacional de Arqueologia.

EO.

Lusa/fim

Fonte: Archport

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