sexta-feira, 4 de julho de 2008

aos que riem


aos que riem muito insistentemente aos que expõem muito a garganta, os dentes, essa arquitectura aos que riem muito deus virá abrir ainda mais a boca com as suas mãos possantes afastar os maxilares até haver a certeza de todo o vestígio de riso ter sido extirpado. e quando os dentes voarem estilhaçando o riso no ar o texto rirá melhor conciliado com a majestade do violão baixo com o direito do pai ressuscitado. o que abre as notas solenes que caem no fundo das pautas fugindo a qualquer música como pingos de azoto fundente. com os estigmas cravados nas paredes do universo: um à esquerda, outro à direita. tu nunca ouviste essa gargalhada. a tua língua nunca se esticou nesse Espanto. mas ele virá para redimir todos os que usam a boca num riso vão.


foto (pisa, fev.) e texto (porto, julho) voj 2008

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