A poesia, tal como qualquer obra humana,
ou vivência verdadeiramente intensa
e digna de ser experienciada,
não representa nada:
apresenta-se.
O sublime é a sua vocação.
O sublime é o modo da transcendência
nos tempos modernos.
Toda a verdadeira poesia apresenta o sublime.
O sublime é a experiência do absoluto vazio
que subjaz.
Habitar o vazio que subjaz
é a máxima dignidade do ser humano:
não entender.
Não ter nada,
absolutamente nada.
Nem a própria palavra sublime,
que acaba por se consumir a si mesma.
Retórica de quem fecha
a última porta
sobre o segredo absoluto.
Apresentação impossível.
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