sexta-feira, 4 de julho de 2008

afirmação


A poesia, tal como qualquer obra humana,
ou vivência verdadeiramente intensa
e digna de ser experienciada,
não representa nada:
apresenta-se.

O sublime é a sua vocação.

O sublime é o modo da transcendência
nos tempos modernos.



Toda a verdadeira poesia apresenta o sublime.

O sublime é a experiência do absoluto vazio
que subjaz.

Habitar o vazio que subjaz
é a máxima dignidade do ser humano:
não entender.

Não ter nada,
absolutamente nada.

Nem a própria palavra sublime,
que acaba por se consumir a si mesma.

Retórica de quem fecha
a última porta
sobre o segredo absoluto.

Apresentação impossível.

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