segunda-feira, 14 de abril de 2008

ardia?


O chão.
Chegava a partir das veias.

A ardósia.
Ardia.

O mar era uma placa de ardósia.
Posta ao alto.
E sobre ela ondulavam os braços.

A boca abria-se.
Sobre o mar primordial.
Para deixar entrar o chão.
Para permitir o corpo.

A mão passava rente ao chão.
Apanhava os restos de luz espalhados.
E de repente
Estava aí o mar. Como sempre.

O chão.
Do fundo da tua boca.
Chamava-me.

E detrás de cada labareda
Estava uma janela.

A ardósia dentro dos olhos.
O futuro. Onde se acendia?


voj 2008

1 comentário:

Anónimo disse...

"a ardósia" é uma imagem bem conseguida.