Uma delas é a série de conferências CRÍTICA DO CONTEMPORÂNEO organizada por Serralves, na qual já esta semana (5ª feira, 12, 21,30 h.) vai estar o francês Jacques Rancière, que falará sobre "As desventuras contemporâneas do pensamento crítico".
Se pensarmos que a 3 de Maio teremos Peter Sloterdijk (alemão) e no dia 8 de Maio Giorgio Agamben (italiano), tudo figuras de primeira linha do pensamento europeu, podemo-nos dar por felizes.
Pedindo desculpa pela banalidade da fonte, transcrevo porém da sempre útil Wikipedia, a propósito do conferencista desta semana (http://fr.wikipedia.org/wiki/Jacques_Ranci%C3%A8re):
"Jacques Rancière (né en 1940), est philosophe, professeur émérite à l'Université de Paris VIII (Saint-Denis).
Biographie
Élève de Louis Althusser, il participe en 1965 à Lire le Capital avant de se démarquer rapidement de son maître. En 1974, il écrit La Leçon d'Althusser, qui remet en cause sa doctrine. À la fin des années 1970, il anime avec d'autres jeunes intellectuels comme Joan Borell, Arlette Farge, Geneviève Fraisse, le collectif Révoltes Logiques qui, sous les auspices de Rimbaud, remet en cause les représentations du social traditionnel et fait paraître une revue. (Les contributions de Jacques Rancière à cette revue ont été regroupés dans un ouvrages Les Scènes du Peuple édité chez Horlieu en 2003). Parallèlement, il se penche sur l'émancipation ouvrière, les utopistes du XIXe siècle (notamment Étienne Cabet) et commence à voyager régulièrement aux États-Unis. De ce travail naîtra sa thèse d'État parue sous le titre : La nuit des prolétaires, archives du rêve ouvrier. Un peu plus tard, dans Le philosophe plébéien, il rassemble des écrits inédits de Louis Gabriel Gauny, ouvrier parquetier et philosophe. Au milieu des années 1980, il s'intéresse à un autre personnage peu conventionnel : Joseph Jacotot qui au début du XIXe siècle remit radicalement en cause les fondements de la pédagogie traditionnelle. Cette étude donnera lieu à une biographie philosophique : le Maître Ignorant. Il s'intéresse ensuite à l'ambiguïté du statut du discours historique dans les Mots de l'histoire (qui dut, pour des raisons de dépôt légal paraître sous le titre Les Noms de l'histoire). À la fin de cette période, Rancière qui est également cinéphile, proche des Cahiers du cinéma, explore les liens entre esthétique et politique. Courts Voyages au pays du peuple, sous la forme de trois nouvelles philosophiques est le premier ouvrage directement consacré à ce sujet...
Principaux ouvrages
* La Parole ouvrière, avec Alain Faure, 10/18, 1976
* La Nuit des prolétaires : Archives du rêve ouvrier, Fayard 1981, Hachette Pluriel (Poche), 1997
* Le Philosophe et ses pauvres. Fayard, 1983
* Louis-Gabriel Gauny : le philosophe plébéien, Presses Universitaires de Vincennes, 1985
* Le Maître ignorant : Cinq leçons sur l'émancipation intellectuelle, Fayard 1987 - 10/18 Poche, 2004
* Courts Voyages au Pays du peuple. Le Seuil, 1990
* Les Noms de l'histoires : Essai de poétique du savoir, Le Seuil, 1992
* Mallarmé, la Politique de la Sirène. Hachette, 1996
* Aux Bords du politique. Osiris, 1990, La Fabrique 1998, Folio, 2003
* La Mésentente. Galilée, 1995
* Arrêt sur histoire. avec Jean-Louis Comolli, Centre Georges-Pompidou, 1997
* La Chair des mots : Politique de l'écriture, Galilée, 1998
* La Parole muette : Essai sur les contradictions de la littérature, Hachette, 1998
* La Fable cinématographique. Le Seuil
* Le Partage du sensible. La Fabrique, 2000
* L'Inconscient esthétique. La Fabrique, 2001
* Le Destin des images. La Fabrique, 2003
* « Les Scènes du Peuple ». Horlieu, 2003 (réédition des articles parus dans Les Révoltes logiques)
* Malaise dans l'esthétique. Galilée,2004
* L'espace des mots : De Mallarmé à Broodthaers, Musée des Beaux Arts de Nantes, 2005
* La Haine de la Démocratie. La Fabrique, 2005 - traduzido em português
* Chronique des temps consensuels. Le Seuil, 2005
* La Philosophie déplacée - Autour de Jacques Rancière, Actes du colloque de Cerisy. Horlieu, 2006
* Politique de la littérature, Galilée, 2006
Entretanto, transcrevo também do portal de Serralves
(http://www.serralves.pt/gca/?id=2685):
"A obra de Jacques Rancière, actualmente Professor na Universidade de Paris VIII, é fundamental para percebermos o que é a política, o que é que institui a própria comunidade política, a sua natureza e a cena onde ela se desenrola. E é também fundamental para percebermos o que é feito da política quando, na nossa época, a governação se reduziu a actos de gestão. Neste sentido, Rancière fornece um pensamento crítico da política contemporânea que implica ter em conta o que se passa nas suas margens, tudo aquilo que é da ordem da despolitização e que torna extremamente complexa a democracia, tal como é hoje entendida. Jacques Rancière nasceu em 1940 e iniciou a sua obra de filosofia política no círculo de Althusser, importante filósofo francês, em meados dos anos 60. Rancière é hoje um dos nomes mais importantes da "French Theory" *, com uma obra que se foi diversificando e passa pela teoria literária, pelo cinema, pela arte. Rancière também tem uma importante intervenção pública, em revistas e jornais, referente aos acontecimentos políticos mais importantes, na França e no mundo. E tem sido protagonista de importantes debates e polémicas no campo do pensamento político."
* Expressão, a meu modesto ver, não muito feliz, no que tem de genérico e de "colocar na mesma caixa" pensadores muito diferentes...
_______
De: http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=157201
permito-me ainda transcrever, a propósito do livro (cuja capa reproduzo acima) traduzido em Portugal (é óbvio que no Brasil há muitos outros):
O Ódio à Democracia
de Jacques Rancière
Editor: Mareantes Editora
ISBN: 9728808135
Ano de Edição: 2007
N.º de Páginas: 184
" Sinopse
Quando actualmente a democracia é exportada pela força das armas por aqueles que ainda há pouco tempo condenavam os horrores totalitários enquanto os revolucionários recusavam essas aparências em nome de uma democracia real que haveria de chegar, Jacques Rancière propõe ao leitor reencontrar a força subversiva sempre nova, e sempre ameaçada, da ideia democrática através de um notável trabalho de reflexão e questionamento de grande rigor e agradável leitura.
Partindo de Platão e das origens gregas da política o autor chega ao dias de hoje para demonstrar que o que suscita o novo andemocratismo é, afinal, o escândalo que sempre representou o "governo do povo", ou seja o escândalo da própria política e da igualdade dos homens."
Excerto da Apresentação, de Diogo Pires Aurélio
"Rancière... afirma que a política só existe verdadeiramente quando o reino da liberdade se afirma frente ao reino da necessidade e a democracia irrompe como desafio ao que é natural ou socialmente dado. Concorde-se ou não, essa ideia tem, pelo menos, a virtude de se expor aqui como um assombroso exercício de inteligência e, ao mesmo tempo, como uma moldura onde cabe o essencial daquilo que, sobre esta matéria, habitualmente se dispersa na sociologia ou refracta na filosofia política."
* Expressão, a meu modesto ver, não muito feliz, no que tem de genérico e de "colocar na mesma caixa" pensadores muito diferentes...
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De: http://www.webboom.pt/ficha.asp?ID=157201
permito-me ainda transcrever, a propósito do livro (cuja capa reproduzo acima) traduzido em Portugal (é óbvio que no Brasil há muitos outros):
O Ódio à Democracia
de Jacques Rancière
Editor: Mareantes Editora
ISBN: 9728808135
Ano de Edição: 2007
N.º de Páginas: 184
" Sinopse
Quando actualmente a democracia é exportada pela força das armas por aqueles que ainda há pouco tempo condenavam os horrores totalitários enquanto os revolucionários recusavam essas aparências em nome de uma democracia real que haveria de chegar, Jacques Rancière propõe ao leitor reencontrar a força subversiva sempre nova, e sempre ameaçada, da ideia democrática através de um notável trabalho de reflexão e questionamento de grande rigor e agradável leitura.
Partindo de Platão e das origens gregas da política o autor chega ao dias de hoje para demonstrar que o que suscita o novo andemocratismo é, afinal, o escândalo que sempre representou o "governo do povo", ou seja o escândalo da própria política e da igualdade dos homens."
Excerto da Apresentação, de Diogo Pires Aurélio
"Rancière... afirma que a política só existe verdadeiramente quando o reino da liberdade se afirma frente ao reino da necessidade e a democracia irrompe como desafio ao que é natural ou socialmente dado. Concorde-se ou não, essa ideia tem, pelo menos, a virtude de se expor aqui como um assombroso exercício de inteligência e, ao mesmo tempo, como uma moldura onde cabe o essencial daquilo que, sobre esta matéria, habitualmente se dispersa na sociologia ou refracta na filosofia política."
2 comentários:
Nunca se falou tanto em democracia e cada vez mais a democracia é apagada e diminuída por decisões cada vez mais opacas tomadas em círculos de poder não eleito, em qualquer hipótese de escrutínio dos cidadãos. Decisões que depois nos são servidas pela propaganda.
Não existe um problema de "ódio à democracia", mas sim um problema de crescimento do déficite democrático das nossas sociedade, que progressivamente estão a passar do paradigma democrático "1 homem=1 voto" para um paradigma do tipo assembleia geral de accionista duma qualquer sociedade anónima.
De acordo... mas Serralves é a não perder, esta quinta-feira, para ouvir o que o senhor tem a dizer...
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