a arte (na sua acepção mais extensa possível) - e sem fazer dela um mito redentor - é talvez a nossa salvação deste mundo do dinheiro e do poder mesquinho, dominado pela obscenidade
dos tecnocratas e dos arrivistas.
feliz daquele que sabe fazer alguma coisa, alguma coisa que dia a dia tenta aperfeiçoar, levado pela sua intuição e pela mais livre das aventuras: a da imaginação, a da fantasia, a da busca incessante, a da recuperação do que ainda em nós resta de humano.
em verdade vos digo: aqueles que tentam fazer de nós máquinas, aqueles que querem reduzir a vida a uma engenharia higiénica - esses estão e estarão sempre condenados ao fracasso.
dentro dos seus fatos azuis, das suas gravatas impecáveis, da sua vida acolchoada pelos privilégios e pelas regalias, não passam de almas penadas, de seres que perderam a razão de ser.
uma lasca de pedra apanhada do chão tem mais valor.
feliz daquele que a traz para casa.
feliz da casa que abre as luzes das janelas à noite,
e onde se trabalha amorosamente fora de horas.
felizes dos que se enlaçam como gansos,
restaurando a energia antiga das imagens belas, inesperadas - esse fulgor.
apesar de tudo.
dos tecnocratas e dos arrivistas.
feliz daquele que sabe fazer alguma coisa, alguma coisa que dia a dia tenta aperfeiçoar, levado pela sua intuição e pela mais livre das aventuras: a da imaginação, a da fantasia, a da busca incessante, a da recuperação do que ainda em nós resta de humano.
em verdade vos digo: aqueles que tentam fazer de nós máquinas, aqueles que querem reduzir a vida a uma engenharia higiénica - esses estão e estarão sempre condenados ao fracasso.
dentro dos seus fatos azuis, das suas gravatas impecáveis, da sua vida acolchoada pelos privilégios e pelas regalias, não passam de almas penadas, de seres que perderam a razão de ser.
uma lasca de pedra apanhada do chão tem mais valor.
feliz daquele que a traz para casa.
feliz da casa que abre as luzes das janelas à noite,
e onde se trabalha amorosamente fora de horas.
felizes dos que se enlaçam como gansos,
restaurando a energia antiga das imagens belas, inesperadas - esse fulgor.
apesar de tudo.
3 comentários:
A arte, acrescento, é a chave para aceder às emoções mais belas; se deixarmos morrer o seu ímpeto a humanidade perece.
A intuição dos humanos da Pré-História impeliu-os à aventura da construção do belo, e ao seu registo como alerta, como indicação do caminho aos humanos vindouros.
Os humanos actuais acolchoados de privilégios querem arrastar outros para o vazio do seu universo, tentando matar, nos que estão sob seu poder, o apelo intrínseco para a beleza que nos acompanha desde os mais remotos tempos.
E aqui estamos nós hoje procurando, incansavelmente, essas marcas do belo, do assombroso, da centelha de eternidade. O seu poder foi tão forte que permanence, convocando homens de boa vontade à descoberta desse tema inscrito nas pedras primitivas.
Dos engravatados só restarão as cinzas da inutilidade e do esquecimento.
De uma simples lasca de pedra emana o fulgor que escapou à devastação dos que exibem gravatas impecáveis.
Olá Vitor!
Porque muito gostei e a mim me diz respeito, não resisiti e irei colocar na íntegra este seu texto poético em meu blogue ALI_SE >>> http://alisenao.blogspot.com/
Um grande abraço
Alice Valente Alves
Abraço grato à Alice! Tenho de ir ver o seu blog - o tempo não chega para tanta coisa de que gostamos...
Quanto ao anónimo, agradeço o comentário...
Enviar um comentário