Volto à casa dos azulejos
E tateio de novo parede a parede
À procura do toque suave, do brilho
De uma luz hábil que tombe
Sobre uma sala, sobre um soalho.
Recordo
O som dos sapatos altos
Com que aqui caminhavas
Incessantemente despida
Como o de um metrónomo
Marcando o silêncio que depois
Se instalou
Entre os azulejos, e desceu do tecto
Como a luz que iluminava o teu corpo.
E então refaço inteiramente o sentido
Do que (não) se passou aqui.
Percebo quanto já aqui (não) estavas
Quando espelhavas os azulejos
Quando marcavas com os teus sapatos altos
O metrónomo dos meus dias nus.
voj porto janeiro 2011
foto a partir de instalação de ana rito lisboa dezembro 2010
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