terça-feira, 30 de março de 2010

variação improvisada sobre o poema do M. Torga transcrito pela Mafalda Bettencourt


recomeça sempre,
pois mesmo que o não queiras
é assim que forçosamente estás:
não houve início,
nem haverá fim, estamos sempre
a acabar e a começar, e a passar
entre o antes e o depois, nessa fresta
do presente que também foge.

e não há caminho: mas uns pés
que na sua nudez fascinam, e nos levam
a segui-los, a fugir atrás deles
para todas as praias onde vêm bater
as imagens alucinantes, as ilusões do futuro.

por isso vive sempre
descalça: e descalça entra nas estações,
cantando ou chorando,
descalça entra nos quartos recolhidos,
descalça escreve, ou pinta, ou ama.
conservando entre os dedos a areia,
o odor dos búzios, o apelo do mar livre,
a maresia e o iodo que entram
pelos corredores do verão como enxurrada.

abre-te ao futuro, abre-te ao mar,
abre-te à fresta do presente, o que foge,
segue a intuição, o desejo, a tremura
das folhas juvenis:

pois não há outra beleza
para além da juventude do mundo.

e essa beleza está em ti, nas tuas mãos,
no que fazes aqui e agora, nos pés nus
em que entrelaças os teus,
na energia de toda a praia estendida,

quando vista do teu corpo deitado.



voj.

Transcrevo, sem mais comentários, comunicado do Director do Museu Nacional de Arquelogia

"[esclarecimento apresentado durante as VIII Jornadas Anuais do ICOM Portugal, em 29 de Março de 2010]

MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA: mudar, só para melhor

Uma vez que foi anunciada a intenção de fazer transitar rapidamente o Museu Nacional de Arqueologia (MNA) para a Cordoaria Nacional (CN), destinando-se o espaço dos Jerónimos à ampliação do Museu de Marinha ou a um novo museu, o Museu da Viagem, julgo já ser altura de dizer o que penso sobre o assunto. A tal me conduzem os deveres que tenho para com os visitantes, o Grupo de Amigos do MNA, as comunidades científicas e museológicas a que pertenço e sobretudo para com a minha própria consciência pessoal. Vejo, aliás, que o tema mobiliza as comunidades da arqueologia, da museologia e do património e começou a interessar os media. Ainda bem, porque o futuro de uma instituição centenária desta natureza é um assunto de cidadania, que ninguém poderia esperar, muito menos desejar, ficasse escondido dentro de gabinetes.

Como tenho repetido noutras ocasiões (v. por exemplo Publico, 23-12-2006), não sou, em absoluto, contra a transferência do MNA para outras instalações. Pertenci a equipas que procuraram essas alternativas e elas chegaram a estar prefiguradas em sucessivos PDMs de Lisboa (Alto do Restelo, Alto da Ajuda, terrenos anexos ao CCB, etc.). Tendo falhado todas estas hipóteses, optei na última década – e com eu todas as direcções do Instituto de tutela - por estudar, primeiro, e depois propor projectos de arquitectura muito sólidos, da autoria de Carlos Guimarães e Luís Soares Carneiro, alicerçados em sondagens e estudos geológicos realizados sob supervisão do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), visando a ampliação do MNA nos espaços já ocupados nos Jerónimos. Estes estudos e projectos foram desde 1998 acolhidos por todos os governos que precederam a actual legislatura e chegaram ser formalmente adoptados por um primeiro-ministro, que anunciou o calendário da sua execução.

Não posso deixar de considerar ser pena que se deitem agora à rua as dezenas, ou porventura centenas, de milhares de euros assim gastos. Mas, enfim, se a opção é de mudança de instalações, então o que importa assegurar é que ela seja claramente para melhor. Não podendo ser para edifício novo, pois que seja para um edifício histórico prestigiado, bem situado e sobretudo adequado às necessidades de um museu moderno, mormente daquele que é um dos mais visitados do Ministério da Cultura, o que possui colecções mais volumosas e vastas e ainda o que tem maior número de bens classificados como “tesouros nacionais”. E já agora, quanto ao espaço deixado livre nos Jerónimos, que se execute nele um projecto cultural que realmente valha a pena e honre a Democracia.

Ora, devo confessar que, não obstante a atitude positiva que sempre tenho em relação à mudança, o espírito construtivo e colaborante a que minha posição funcional me obriga e ainda a esperança que depositei na orientação política traçada pela actual Ministra da Cultura, tenho agora dúvidas que estes desideratos sejam de facto assegurados.

Em Novembro e Dezembro passados, após reuniões tidas com a tutela do MNA e directamente com a senhora Ministra da Cultura, foi traçado um caminho que me pareceu e continua a parecer sério e viável, a saber:

-mandar executar estudos geotécnicos, sob direcção de entidade idónea (que a senhora ministra anunciou à imprensa ser o LNEC), garantidores da viabilidade e condições de instalação do MNA na CN; destes estudos resultariam as obras de engenharia que fossem consideradas como condições prévias a qualquer projecto de arquitectura;

-execução de um projecto da arquitectura arrojado, respeitador da Cordoaria (ela própria classificada como monumento nacional e merecedora de todo o respeito) e do programa museológico do MNA;

-afectação de toda a CN ao MNA, reconfigurado institucionalmente de modo a incluir alguns serviços de arqueologia do Ministério da Cultura que nele poderiam desejavelmente ter lugar;

-não instalação antecipada na CN de serviços do MC, de modo a que o espaço estivesse totalmente disponível para a execução do projecto de arquitectura; correlativamente, não havendo necessidade de ocupação da CN por parte da Cultura, não entrega adiantada à Marinha de espaços nos Jerónimos, mantendo aqui o MNA toda a sua capacidade operacional, até que pudesse ser transferido para a CN, em boa e devida ordem.

Nos últimos dois meses parece que toda esta estratégia foi abandonada, sem que se perceba muito bem porquê. Talvez apenas pelo que se quer fazer nos Jerónimos e não propriamente pelo interesse na melhoria do MNA. Importa recordar que a ideia de afectar o sector oitocentista dos Jerónimos em exclusivo à Marinha, de forma clara (ampliação do Museu de Marinha) ou encapotada (Museu da Viagem, colocado em instalações alienadas para a Marinha, bem diferente do que seria um tal museu antropológico e civilista, sob tutela exclusiva da Cultura), limita-se a ressuscitar o antigo projecto do Estado Novo, sob impulso do almirante Américo Thomaz, que teve golpe de finados quando o Conselho da Revolução, em Janeiro de 1976 (no rescaldo do 25 de Novembro e quando País corria o risco de uma deriva cesarista), entendeu publicar um decreto hoje risível, no qual se impunha a transferência para a Marinha de todos os espaços dos Jerónimos não afectos ao culto. É irónico que este projecto seja retomado agora, mas… é a vida. Na condição em que subscrevo este texto, apenas me cumpre assinalar esta entorse cívica. Todavia, na mesma condição, cumpre-me mais, cumpre-me denunciar a extraordinária situação para que um museu mais do centenário e um acervo tão vasto e estruturante para o País são atirados, tratados como meros empecilhos para que uma opção política de regime possa rapidamente ser executada. Em ditaduras terceiro-mundistas não se faria diferente.

Quanto ao edifico da CN o problema não é tanto político mas técnico e altamente complexo, fazendo todo o sentido os cuidados na sua abordagem, acima sumariados. Trata-se de uma proposta que tem meio século, ressurge ciclicamente e foi sempre recusada com base em pareceres técnicos credíveis. Mudaram entretanto as circunstâncias ? Talvez. Mas apenas se alguém com competência bastante puder agora garantir a inexistência ou o adequado controlo dos riscos sísmicos, de inundação, impacte de marés, etc. que são reconhecidos naquele preciso local (edificado sobre o estuário do rio Seco num local, “Junqueira”, que significa pântanos de juncos) e arriscam conduzir a uma catástrofe para o acervo histórico nacional que o MNA guarda. E se outro alguém garantir depois a mobilização dos meios financeiros suficientes para a profunda requalificação do quarteirão inteiro da CN, onde nalguns sectores se verifica uma quase ruína e noutros as coberturas são em telha vã, os pavimentos são irregulares, estão saturadas em sais marinhos, etc., etc. Ora, a única coisa que até aqui me foi apresentado em sentido tranquilizador, foi um parecer dado a título individual por um antigo técnico LNEC, certamente competente, mas que não responsabiliza mais do o seu autor. O Grupo de Amigos do MNA obteve estudo de outro técnico muito credenciado e que vai em sentido contrário; eu próprio recolhi pareceres de dois dos mais reputados especialistas portugueses em engenharia sísmica – e todos concordam em alertar para o risco efectivo e elevado que existe no local da CN.

Talvez assim se compreenda melhor porque atribuo a esta matéria tanta importância. Talvez se entenda porque não posso em consciência, neste momento, considerar como definitivamente adquirida a transferência do MNA para CN. E, por outro lado, também assim se possa melhor perceber porque considero inaceitável executar desde já o despejo de parte do MNA nos Jerónimos – situação que seria sempre anómala (e desnecessária, porque não existem agora pressões para colocar quaisquer serviços da Cultura na CN), porque o que faria sentido, conforme o acordado inicialmente, era que o Museu apenas desocupasse os espaços actuais quando mudasse de instalações, após as obras profundas de arquitectura a que a CN deverá inevitavelmente ser submetida.

Continuo, pois, a aguardar a apresentação pública de estudos que garantam a segurança do acervo do MNA na CN. Aguardo, logo depois, a abertura de concurso público ou o convite a arquitecto consagrado para desenvolver o projecto que se impõe, tudo isto sem esquecer os estudos urbanísticos da zona envolvente, de modo a precaver, e potenciar, o fluxo das várias centenas de milhar de pessoas que passarão anualmente a frequentar uma zona em que se irão colocar lado a lado os dois mais visitados museus do Ministério da Cultura.

No entretanto, o MNA continuará a servir da melhor forma que puder os seus utilizadores, no cumprimento do programa cívico que Leite de Vasconcelos concebeu e Bernardino Machado adoptou. As iniciativas públicas já tomadas em torno do futuro do MNA, com especial relevo para o espírito combativo demonstrado pelo nosso Grupo de Amigos e para os oferecimentos de activa solidariedade por parte de personalidades as mais diversas, das associações científicas e profissionais, das universidades e das autarquias, reconfortam-me e dão fé de que a sociedade civil não está adormecida.

Luís Raposo

Director do Museu Nacional de Arqueologia, 29 de Março de 2010."

sábado, 27 de março de 2010

a origem da pergunta

conheces um seixo, um seixo rolado?

foi com ele que deus criou o mundo,

junto às águas negras, de um negro brilhante,

no mar primordial.



deus ergueu uma vez o seixo,

ergueu-o bem alto com as suas mãos.

e cintou-o, e disse: nasceu a Mulher.



e deus ergueu a Mulher, ergueu-a bem alto,

e disse: eu te fecundo, eu te preencho,

eu te insemino para que de ti saia o Homem,

todos os seres humanos.



e a mulher tornou-se redonda,

a lua branca pousou suavemente

sobre os seus cabelos, e

a Terra povoou-se.



e então deus ergueu uma vez mais o seixo

e deixou-o cair pesadamente

sobre a sua própria cabeça.



e disse: este é o meu sangue, que o solo

o beba, que o solo o absorva, que ele brote para sempre

de todo o lado,

como sangue vivo, como

água cristalina.



e sobre o céu ergueram-se dois diamantes.

deus ergueu-se então entre os cristais,

deus ergueu-se entre os diamantes,

e desapareceu então no vazio escuro entre eles.



deixou-nos aqui nesta ilha sobre as águas,

sob um céu polvilhado de cristais brilhantes e longínquos,



deixou-nos aqui rodeados de seixos muito brancos

com os olhos muito abertos,como seixos redondos,



e neles vêm, desde sempre e para sempre,

espraiar-se as ondas da Interrogação.



vitor oliveira jorge

Março 2010

Sobre o meu amigo Luís Saldanha













sexta-feira, 26 de março de 2010

Prof. Philip Auslander will be in Porto next October


More news about this event coming soon!






Websites:
http://lcc.gatech.edu/~auslander
http://www.theartsection.com

Curso de Pensamento Crítico Contemporâneo na FLUP

Curso de Pensamento Crítico Contemporâneo na FLUP - ponto da situação de hoje: 44 pré-inscritos, dos quais 30 já confirmaram definitivamente. Por isso se há pessoas mesmo interessadas, não percam tempo, pois o plafond é de 40 pessoas!

Estética e Política

Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo

“Estética e Política”




Organização: UNIPOP / Fábrica Braço de Prata

Inscrições (no valor de 25 € através de pccestetica@gmail.com <mailto:pccestetica@gmail.com> )

De 10 de Abril a 05 de Junho de 2010

Aos sábados, das 18h00 às 20h00

Na Fábrica Braço de Prata

Rua da Fábrica do Material de Guerra, n.º 1

1950 LISBOA



Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem. O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento.

P R O G R A M A

10 de Abril

Apresentação do curso por Manuel Deniz Silva e Miguel Cardoso

Kant por Adriana Veríssimo Serrão

17 de Abril

Hegel por Miguel Cardoso

Marx por José Bragança de Miranda

24 de Abril

Nietzsche por Nuno Nabais

Freud por João Peneda

8 de Maio

Oficina de leitura:

“O inconsciente político do sublime. Em torno de Lyotard e Rancière”

Orientação: Manuel Deniz Silva

15 de Maio

Walter Benjamin por Pedro Boléo

Theodor W. Adorno por João Pedro Cachopo

22 de Maio

Gilles Deleuze por Catarina Pombo

Guy Debord por Ricardo Noronha

29 de Maio

Jacques Rancière por Vanessa Brito

Giorgio Agamben por António Guerreiro

05 de Junho

Debate de encerramento: “Estética e Política”

Silvina Rodrigues Lopes

Manuel Gusmão

Mário Vieira de Carvalho



Apresentação do Curso de Introdução ao Pensamento Crítico Contemporâneo: “Estética e Política”:

Entre política e estética, há uma longa história de mútuas suspeitas, denúncias e incompreensões, que têm coexistido com uma intensa e fértil, ainda que por vezes clandestina, interdependência. Tomamos a ambivalência que marca esta relação como testemunho de um terreno comum que importa revisitar, longe das caricaturas habituais, mas igualmente sem elidir as tensões que o constituem.

O espaço para que esta discussão seja pensável de forma simultaneamente esclarecedora e crítica permanece em construção: o objectivo primordial deste curso é, por isso mesmo, o de contribuir para a sua criação, visibilidade e alargamento. Tal trabalho preparatório implica reinscrever a estética na trajectória da nossa modernidade histórica e filosófica, com todas as contradições que isso acarreta, perceber o quanto as categorias políticas que marcam a nossa contemporaneidade devem a conceptualizações estéticas, bem como submeter o campo estético a uma análise crítica, confrontando-o com as suas exclusões e ângulos cegos.

Partimos para estas interrogações com a premissa de que a sociedade em que vivemos é atravessada por divisões e conflitos a que o estético não é imune, mas a que também não pode ser reduzido. Isto implica uma dupla rejeição: da inflação do potencial crítico da obra de arte, assente na ideia de que o estético é por si só emancipador, por um lado; e, por outro, da redução do estético ao ideológico e do recurso à sua explicação sociológica que neutraliza o seu potencial crítico.

De um ponto de vista político, a estética tem sido simultaneamente subestimada e sobrestimada. Sendo plural, contraditória – e inseparável das práticas artísticas a cujo perímetro, porém, não se restringe –, é muitas vezes reduzida ora à apreciação de obras de arte, ora a uma forma de consumo cultural privatizada que constituiria um abrigo imune às intrusões da história, aos constrangimentos do social e à vulgaridade dos interesses. Devemos entender as razões desta cristalização, trazer à luz a forma como um certo discurso filosófico estético institui tais divisões e não meramente as reflecte, e submetê-la a uma crítica feroz.

Contudo, entender a estética a partir desta versão redutora é deixar pelo caminho muitas outras definições e, desse modo, excluir as tensões que a atravessam. O estético é também o espaço que questiona os limites e esquadrias da razão, que confronta uma visão idealista do mundo com o seu substrato material e a sua imanência sensível, que trabalha nas zonas cinzentas em que a nossa experiência e a nossa praxis são ainda órfãs de um conceito que as balize. É ainda o espaço daquilo a que Rancière chamou a ‘partilha do sensível’, ou seja, da ordem que estrutura a nossa inclusão e exclusão num mundo comum, os modos de percepção, os lugares, os limites e os horizontes da nossa visibilidade e participação nele. O espaço, em suma, da nossa mundanidade.

Porque compreender o presente implica perceber a sua densidade histórica, propomos, na primeira parte do curso, um percurso arqueológico através de Kant, Hegel e Marx, Freud e Nietzsche. Partir destas figuras permitirá mapear a emergência de uma campo de reflexão sobre o estético, reconfigurar criticamente a própria noção de estética, bem como procurar pontos de contacto entre o estético e o político em lugares menos habituais. Destes autores emergirá uma constelação de problemáticas que têm estado na base de importantes debates contemporâneas. Pretendemos interrogá-los enveredando, na segunda parte do curso, pelos pensamentos de Benjamin e Adorno, Debord e Deleuze, Agamben e Rancière.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Paying Attention

"Paying Attention: Digital Media Cultures and Generational Responsibility"


European Science Foundation Research Conference


Linköping, Sweden, 6-10 September, 2010.

Convenors: Prof. Jon Dovey and Dr. Patrick Crogan, Digital Cultures Research Centre, University of the West of England


CALL FOR PAPERS : Dead line for application : 1 mai 2010


Renseignements: www.esf.org/conferences/10316


"Paying Attention" concerns the politics, ethics and aesthetics of the attention economy. This is the social and technical milieu in which web native generations live much of their lives. It will address key questions like: What architectures of power are at work in the attention economy ? How is it building new structures of experience? What kinds of value does this architecture produce? "Paying Attention" encourages dialogue between researchers from the fields of Cultural and New Media Studies, Education, Communications, Economics, Internet studies, Human Computer Interface Studies, Art and Design. It also seeks the input and insights of creative practitioners exploring critical and alternative uses of new media forms and technologies.


"Paying Attention" traitera les dimensions politiques, éthiques et esthétique de l'économie de l'attention. Celle-ci est le milieu social et technique dans lequel habitent les générations du web la plupart de temps. La conférence posera des questions comme: Quel sont les architectures du pouvoir qui opèrent dans l'économie de l'attention? Comment elle fait des structures nouvelles de l'expérience? Quel caractère ont les valeurs produites par ces structures? "Paying Attention" veut promouvoir les dialogues entre chercheurs qui travaillent dans des disciplines diverses (Etudes des médias et de la culture, Pédagogie, Communications, Economie, L'informatique, l'Art et le Design). Elle fait appelle à la contribution et les réflexions des artistes et des praticiens des formes nouvelles médiatiques."

VANITÉS, par ANA TOT

jeudi 25 mars 2010/Ana Tot


Poezibao a publié cette semaine une note de lecture du livre Traités et Vanités http://poezibao.typepad.com/poezibao/2010/03/trait%C3%A9s-et-vanit%C3%A9s-dana-tot-lecture-deric-clemens.html d’Ana Tot.


VANITÉS

I

Tu es vain
si tu penses qu’il est de ton fait de penser ce qui ne se pense pas
de penser pour ce qui ne se réfléchit pas
de croire à ce qui ne croit pas
Laisse chaque chose là où elle se trouve
et dans l’état où elle se trouve accepte-la
Occupe-toi d’être sève quand c’est la sève qui monte en toi
se répand dans tes membres et t’irrigue
Occupe-toi d’être matière inerte quand la poussière
se dépose en toi et te met au repos
Le vent t’emmène au loin ? laisse-le t’emporter
L’eau du lac t’engloutit ? accueille-la
Le gouffre t’appelle à lui ? pénètre-le
Laisse ta pensée s’adonner à la seule pensée
Permets à tes membres d’être seulement
et complètement des membres
à tes pieds d’être des pieds
à la tête d’être une tête
Ne marche pas dans les traces
Ne te retourne jamais sur les tiennes
Ne cherche pas à savoir si tes pas en ont laissées
Si tu avances avance
Si tu veux t’arrêter eh bien arrête-toi
Mais ne fais pas l’un en voulant l’autre
C’est l’univers et le temps qui en seraient contrariés


II

Ne demande pas à la feuille remplie de sève d’être sèche
ni à la fleur séchée d’être irriguée
Tant qu’il y a de la sève ne l’empêche pas
de circuler s’écouler se ramifier
S’il n’y en a plus apprécie la non-circulation
La plante vive côtoie la feuille sèche
sans que leurs destins se mêlent
Chacune est belle et bonne à sa manière
Chacune est un temps un moment un être
Ta vie est faite ainsi alternativement
de sève et de poussière
ne va pas humidifier la poussière sous
prétexte qu’elle se disloque
Le temps de la dislocation viendra
et ce temps est aussi bon qu’un autre s’il se correspond
Ne va pas engluer la sève sous
prétexte qu’elle se répand
Le temps de la dispersion viendra
et ce temps sera le bon s’il advient en son temps

Ana Tot, Traités et Vanités, coll. qoi, le grand os, 2009, pp. 67 et 68.

Ana Tot est née en 1968 en Uruguay. Quinze ans après avoir participé au tournevisme dans les pages de la revue hélice (1992-1994), elle publie deux livres en 2009 aux éditions Le grand os : Mottes Mottes Mottes, un petit volume de 77 micro-poèmes, et Traités et vanités, premier volet d’une série de trois livres réunissant la plupart de ses écrits poétiques.
bio-bibliographie d’Ana Tot http://poezibao.typepad.com/poezibao/2010/03/ana-tot.html
Note de lecture de Traités et Vanités http://poezibao.typepad.com/poezibao/2010/03/trait%C3%A9s-et-vanit%C3%A9s-dana-tot-lecture-deric-clemens.html

Poezibao en ligne
http://poezibao.com/

terça-feira, 23 de março de 2010

Homenagem a Benjamim Pereira em Lisboa

Caminhos e diálogos da antropologia portuguesa

Encontro de homenagem a Benjamim Pereira

Fundação Calouste Gulbenkian

16 e 17 de Abril de 2010

SEXTA-FEIRA 16 de Abril

9h30

Abertura

Clara SARAIVA (IICT/CRIA-FCSH)

Antropologia em movimento em Portugal

Catarina ALVES COSTA & CATARINA MOURÃO (CRIA/UNL & Laranja Azul)

Imagens e sons para o Benjamim

11h-13h30m

Objectos e técnicas

Fernando OLIVEIRA BAPTISTA (ISA)

Tracção animal e tecnologia tradicional.

Thomas SCHIPPERS (IDEMEC, Aix-en-Provence)

Le trilho revisité, quelques réflexions sur la persistance d'un outil archaïque aujourd'hui.

Christian BROMBERGER (IDEMEC, Aix-en-Provence)

Techniques et sociétés: quelques exemples iraniens.

Victor MESTRE (Arquitecto)

A influência da Antropologia em alguma arquitectura moderna portuguesa.

Manuela Ivone CUNHA & Jean-Yves DURAND (CRIA/UM)

Não são gigantes? Moinhos, geradoras eólicas e etnógrafos.

João de PINA CABRAL (ICS-UL)

A ambiguidade dos meios: um ensaio de ergologia sobre canoas de vinhático no Baixo Sul da Bahia.

13h30m-15h

Almoço

15h-17h

Gestos e Práticas

Paula GODINHO (IELT, FCSH-UNL)

Caretos transmontanos: entre o registo escondido, a conversão em património e a mercadorização.

Paulo RAPOSO (CRIA/ISCTE-IUL)

Festividades ciclícas em tempo de pós-ruralidade. Performance, Património e Turismo.

Manuela PALMEIRIM (Universidade do Minho)

Ritual e o uso objectificado da escrita: estudo de caso em Zanzibar.

Pedro PRISTA (ISCTE)

Coisas que o digam. Benjamim Pereira e a museologia etnográfica em Portugal

17h-17h30m

Lanche

17h30m-19h30

António MEDEIROS (ISCTE)

"O que se dizia do Minho antes que o Benjamim lá nascesse"

João LEAL (CRIA/FCSH-UNL)

Usos da História na equipa de Jorge Dias

Manuel Pedro FERREIRA (FCSH-UNL)

Os cantares polifónicos a S. João na tradição popular minhota.

Domingos MORAIS (IELP-UNL)

Música e dança no Museu Nacional de Etnologia.

SÁBADO 17 de Abril

10h-13h

Pessoas e Museus

João ALPUIM (Museu do Traje de Viana do Castelo)

Benjamim Pereira e a formação do Museu do Traje de Viana do Castelo.

Maria Olímpia Lameiras CAMPAGNOLO (CNRS)

Do “terreno” ao “museu”.

Paulo LONGO (Centro Cultural Raiano)

Descentralizar: O Centro Cultural Raiano e a etnografia Portuguesa

Ana Margarida FERREIRA (Museu de Aveiro)

As tecnologias tradicionais do linho e da seda no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior.

13h-15h

Almoço

15h-17h

Pessoas e Museus

Pedro PACHECO (Arquitecto)

Museu da Luz - os registos da memória.

Maria João LANÇA (Museu da Luz)

Benjamim Pereira e o Museu da Luz.

Raquel Henrique DA SILVA (FCSH-UNL)

A antropologia como obra de arte: Benjamim Pereira no terreno

Paulo COSTA (IMC)

Do CEE ao MNE: percursos do património imaterial entre a Antropologia e a museologia

Rita JERÓNIMO

Da etnografia ao património imaterial: um percurso conceptual e pessoal

17h-17h30

Lanche

17h30m-19h30m

Encerramento

Rogério ABREU e Cláudia CASTELO (IICT)

À conversa com o Benjamim

Wulf KÖPKE (Museum für Völkerkunde Hamburg)

Desafios e possíveis respostas para um velho Museu de Etnologia numa capital Europeia actual.

Jean-Yves Durand (CRIA/UM)

E agora, Benjamim?

Miguel Vale de Almeida

Debate final

Actuação de grupo de música e dança

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Ao longo do evento:

Branca MORIÉS (IICT)

Exposição de obras de Benjamim Pereira

Cláudia FREIRE e Ana Margarida Campos (RPM)

Diaporama

sábado, 20 de março de 2010

No se puede perder !!!!!!!!!!!


Cos i Textualitat
http://cositextualitat.uab.cat/
Universitat Autònoma de Barcelona
Departament de Filologia Espanyola
Edifici B
08193 Bellaterra - Barcelona
Tel 93 581 12 16

sexta-feira, 19 de março de 2010

Castelo Velho de Freixo de Numão classificado

Portaria n.º 219/2010
Classificação e ZEP do sítio arqueológico Castelo Velho
de Freixo de Numão, freguesia de Freixo de Numão,
concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda


Trata -se de um dos poucos sítios arqueológicos muralhados do Calcolítico e Idade do Bronze Pleno no Norte de Portugal, com elevado valor científico. A interpretação dos vestígios aponta para um espaço de carácter monumental com utilização cerimonial e, portanto, com significado simbólico intencional, cujos exemplos conhecidos são muito raros. Acresce o interesse etnográfico conferido pela localização num ponto que domina uma paisagem pouco antropizada e de grande beleza.
Foram cumpridos os procedimentos de audição de todos os interessados previstos no artigo 27.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, bem como os artigos 100.º e seguintes do Código do Procedimento Administrativo.
Assim:
Ao abrigo do disposto no n.º 5 do artigo 15.º, no artigo 18.º, no n.º 2 do artigo 28.º e no n.º 2 do artigo 43.º, todos da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro, manda o Governo, pela Ministra da Cultura, o seguinte:
Artigo único
É classificado como monumento de interesse público (MIP) o Castelo Velho de Freixo de Numão, freguesia de Freixo de Numão, concelho de Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda, e fixada a respectiva zona especial de protecção, conforme planta de delimitação constante do anexo à presente portaria e da qual faz parte integrante.
12 de Março de 2010. — Pela Ministra da Cultura, Elísio Costa Santos
Summavielle, Secretário de Estado da Cultura.

Diário da República, 2.ª série — N.º 55 — 19 de Março de 2010, p. 13562

creative analogies

Neolithic Postgraduate Symposium

The value of creative analogies
in the Neolithic


School of History and Archaeology
Cardiff University

Monday 28th June 2010
Call for Papers

This day symposium explores how and why we incorporate analogical insights into our theorising of Neolithic worlds. Papers are encouraged to confront the impact and challenges of an analogical approach to these theories. We are interested in how different approaches can affect archaeological theory from any perspective, including research that incorporates the work of theorists in the hard sciences (e.g. Thomas Bayes), art history (e.g. Alfred Gell), philosophy (e.g. Bruno Latour, Jacques Derrida) and anthropology (e.g. Tim Ingold, Maurice Bloch, Marilyn Strathern). These influences enable us to move beyond considering all non-Western groups as ‘other’ and ‘timeless’, and to instead consider analogy as a vital technique used to broaden the range of possibilities in interpretation and to widen imagination (e.g. Alasdair Whittle). Is it not through complex, challenging and multi-contextual dialogues that new understandings emerge? By taking analogy seriously, this symposium poses a fundamental challenge to archaeological theory. Can an archaeology that focuses on the use of analogy really be substantiated?

This symposium offers an opportunity to go beyond descriptive accounts by providing a platform for discussing the value of analogy and homology in our interpretation of the Neolithic past. Our scope is multidisciplinary and encourages students, early-career postgraduates and researchers working on relevant topics in the field of Neolithic archaeology in Europe to present their research in a friendly and non-confrontational atmosphere.

An abstract of no more than 250 words for a twenty-minute paper should be submitted by Friday 30th April 2010 to Ffion Reynolds or Seren Griffiths by email ffionreynolds@hotmail.com or seren_griffiths@hotmail.com. Postal mail submissions should be sent to School of History and Archaeology, Humanities Building, Cardiff University, Colum Drive, Cardiff, CF10 3EU.


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Ffion Reynolds
Doctoral Researcher
School of History and Archaeology
Humanities Building
Cardiff University
Colum Drive
Cardiff CF10 3EU

Email: ffionreynolds@hotmail.com

Web page: http://www.cardiff.ac.uk/hisar/contactsandpeople/postgraduatestudents/reynolds-ffion-overview_new.html

quarta-feira, 17 de março de 2010

Relembro!


Conferência sobre o pensador francês Jacques Lacan


Conferência sobre o pensador francês Jacques Lacan, pela Profa Maria Cristina Daniel Álvares, da Universidade do Minho


Entrada livre - no próximo dia 25 de Março

Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Dia 25 de Março de 2010
15,30 horas
Sala 106
Profa Maria Cristina Daniel Álvares *
da Universidade do Minho

INCONSCIENTE E SUJEITO EM LACAN


*A Profa Maria Cristina Álvares é doutorada em literatura medieval e Professora associada de literatura e cultura francesa na Universidade do Minho. Escreveu sobre o Roman de la Rose de Jean Renart e coordena a secção "Psychés" de mondesfrancophones.com. Em 2004/2005 foi Professora visitante da Louisiana State University. Mais recentemente publicou um estudo sobre La Vie de Sainte Énimie, de Bertrand de Marseille. Tem trabalhado sobre literatura francesa medieval e moderna, psicanálise, e teoria da narrativa.

terça-feira, 16 de março de 2010

A new Lower Pleistocene archeological site in Europe

" A new Lower Pleistocene archeological site in Europe (Vallparadís, Barcelona, Spain)

Kenneth Martínez
et al.
PNAS for 11.03.10

Abstract
Here we report the discovery of a new late Lower Pleistocene site named Vallparadís (Barcelona, Spain) that produced a rich archeological and paleontological sequence dated from the upper boundary of the Jaramillo subchron to the early Middle Pleistocene. This deposit contained a main archeological layer with numerous artefacts and a rich macromammalian assemblage, some of which bore cut marks, that could indicate that hominins had access to carcasses. Paleomagnetic analysis, electron spin resonance-uranium series (ESR-US), and the biostratigraphic chronological position of the macro- and micromammal and lithic assemblages of this layer reinforce the proposal that hominins inhabited Europe during the Lower Pleistocene. The archeological sequence provides key information on the successful adaptation of European hominins that preceded the well-known fossil population from Atapuerca and succeeded the finds from Orce basin. Hence, this discovery enables us to close a major chronological gap in the early prehistory of Iberia. According to the information in this paper and the available data from these other sites, we propose that Mediterranean Western Europe was repeatedly and perhaps continuously occupied during the late Matuyama chron. "

Source: Prehistoria del Cuaternario ACCUCA@LISTSERV.REDIRIS.ES


INTIMATE CITIZENSHIP - today

BIRKBECK INSTITUTE FOR SOCIAL RESEARCH
INTIMATE CITIZENSHIP LUNCHTIME SEMINAR

Tuesday 16 March 2010

12.30-2.00pm
Upper Meeting Room
36 Gordon Square

The Genesis and Development of Intimacy as a Field of Research

A paper by Jessica Mjoberg, followed by discussion
Chaired by Sasha Roseneil.


You are invited to the Spring Term seminar of the Intimate Citizenship Group of the Birkbeck Institute for Social Research.

The guest speaker this term is Jessica Mjoberg, who is a Visiting PhD Student in the BISR from Uppsala University.

The working title of her thesis is "Intimacy, Sociality and Late Modernity". The thesis is theoretical and attempts to find out what intimacy stands for in general and especially in relation to theories of contemporary society.

Everyone welcome. Please email Julia Eisner to register: j.eisner@bbk.ac.uk, as a light lunch will be provided.

Sasha Roseneil

Professor of Sociology and Social Theory, Department of Psychosocial Studies
and Director, Birkbeck Institute for Social Research

Assistant Dean for Research, School of Social Sciences, History and Philosophy

Birkbeck, University of London
Malet Street
London WC1E 7HX

s.roseneil@bbk.ac.uk
www.bbk.ac.uk\bisr

terça-feira, 9 de março de 2010

Neoliberalismo (citação)





O neoliberalismo como forma de racionalidade

(primeiras palavras da Introdução ao livro “La Nouvelle Raison du Monde. Essai sur la Société Néolibérale”, de Pierre Dardot e Christian Laval, Paris, La Découverte, 2009, pp. 5 e 6)

“O neoliberalismo não acabou. Apesar do que muitos pensam, ele não é uma ideologia passageira que vai desaparecer com a crise financeira; não é somente uma política económica caracterizada por dar um lugar preponderante ao comércio e à finança. Trata-se de outra coisa, trata-se de bem mais do que isso: da maneira como vivemos, como sentimos, como pensamos. O que está em jogo não é mais nem menos do que a forma da nossa existência, quer dizer da maneira como somos pressionados a comportar-nos, a nos relacionarmos com os outros e connosco próprios. Com efeito, o neoliberalismo define uma certa norma de vida nas sociedades ocidentais e, bastante para além delas, em todas as sociedades que as seguem no caminho da “modernidade”. Esta norma apela a que cada um viva num universo de competição generalizada, apressa as populações a entrar em luta económica umas contra as outras, ordena as relações sociais pelo modelo do mercado, transforma mesmo o indivíduo, de agora em diante levado a conceber-se como uma empresa. Desde há cerca de um terço de século, esta forma de existência preside às políticas públicas, comanda as relações económicas mundiais, transforma a sociedade, remodela a subjectividade. As circunstâncias deste sucesso normativo foram descritas muitas vezes. Tanto no aspecto político (conquista do poder pelas forças neoliberais), como no aspecto económico (o desenvolvimento do capitalismo financeiro mundializado), como no aspecto social (individualização das relações sociais em detrimento das solidariedades colectivas, polarização extrema entre ricos e pobres), como ainda no seu aspecto subjectivo (aparecimento de um novo sujeito, desenvolvimento de novas patologias psíquicas). Essas são as dimensões complementares da nova razão do mundo. Por tal devemos entender que esta razão é global, nos dois sentidos que este termo pode revestir: ela é “mundial” no sentido em que é válida desde logo à escala do mundo, e, além disso, longe de se limitar à esfera económica, ela tende a totalizar, quer dizer, a “fazer mundo”, pelo seu poder de integração de todas as dimensões da existência humana. Razão do mundo, ela é ao mesmo tempo uma “razão-mundo”.

O neoliberalismo é assim a razão hoje dominante. Não empregamos aqui o termo como um eufemismo para evitar pronunciar a palavra “capitalismo”. O neoliberalismo é a razão do capitalismo contemporâneo, de um capitalismo que se desembaraçou das suas referencias arcaizantes e se assume plenamente como construção histórica e como norma geral da vida. O neoliberalismo pode definir-se como o conjunto dos discursos, das práticas, dos dispositivos que determinam um novo modo de governo dos homens segundo o princípio universal da concorrência.”

(trad. VOJ)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Hoje aconteceu

Foto: Maria Regina Redinha.



Foto: VOJ

Assistimos hoje, na FLUP, numa sala à cunha e com pessoas sentadas no chão, a uma das melhores conferências que me foi dado escutar desde que ali ensino, ou seja, desde 1974. A da Profa Fernanda Bernardo sobre Jacques Derrida. Um acontecimento! Tendo começado às 13,30, só terminou o debate às 17 h. !!!!!!!!



Jacques Derrida. Gilles Deleuze: On Forgiveness. 2004 1/11



http://www.egs.edu/ Jacques Derrida speaking about Forgiveness in his Paris seminar "A Critique of Psychoanalysis", a reading focusing on texts from Gilles Deleuze. Public open video lecture with students of the European Graduate School EGS, Media and Communication Studies department program, Saas-Fee, Switzerland, Europe, France, 2004

Jacques Derrida (born July 15, 1930 -- October 8, 2004) was an Algerian-born French philosopher, known as the founder of deconstruction. His voluminous work had a profound impact upon continental philosophy, French philosophy, and literary theory. Derrida taught philosophy at the Sorbonne, and from 1964 to 1984 at the École Normale Superieure. He completed his Thèse d'État in 1980; the work was subsequently published in English translation as "The Time of a Thesis: Punctuations". Beginning with his 1966 lecture at Johns Hopkins University, at which he presented his essay "Structure, Sign, and Play in the Discourse of the Human Sciences" (see below), his work assumed international prominence.In 1967 Derrida published his first three books — Writing and Difference, Speech and Phenomena, and Of Grammatology. Until his death Derrida was director of studies at the École des Hautes Études en Sciences Sociales in Paris. With François Châtelet and others, he co-founded the Collège international de philosophie (CIPH) in 1983, a research institution intended to give a place to philosophical research and lectures which could not be carried out elsewhere in the academy. He was elected as its first president.

Derrida held a series of visiting and permanent positions. In 1986 he became Professor of the Humanities at the University of California, Irvine (which now has a major archive of his manuscripts). He was a regular visiting professor at several other major American universities, including Johns Hopkins University, Yale University, and New York University, and The New School for Social Research. Derrida was a member of the American Academy of Arts and Sciences and received the 2001 Adorno-Preis from the University of Frankfurt. He was awarded honorary doctorates by Cambridge University (after a great deal of controversy), Columbia University, The New School for Social Research, the University of Essex, University of Leuven, and Williams College. In 2003, Derrida was diagnosed with aggressive pancreatic cancer, which reduced his speaking and traveling engagements. He died in a Parisian hospital on the evening of Friday, October 8, 2004.



Um artigo meu on line



http://www.mondesfrancophones.com





domingo, 7 de março de 2010

Conferência sobre o pensador francês Jacques Derrida 8 de Março, 13h30, na Sala de Reuniões

Conferência sobre o pensador francês Jacques Derrida, com entrada livre, a não perder, já amanhã, dia 8 de Março.

Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Dia 8 de Março de 2010
13,30 horas
Sala de Reuniões (2º piso)
Prof.ª Fernanda Bernardo * da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Derrida - o gosto do segredo
Responsabilidade, Hospitalidade, Justiça e Democracia.


*A Prof.ª Fernanda Bernardo é reconhecida como uma das especialistas de Jacques Derrida a nível internacional.

Jacques Derrida foi um dos pensadores mais notáveis do nosso tempo, com profusa quantidade de livros e artigos publicados (uma figura incontornável para quem quiser perceber o mundo em que vivemos) estando em curso a publicação póstuma dos seus 43 volumes de cursos.
Esta é uma oportunidade ÚNICA, a não perder.