quinta-feira, 1 de maio de 2008

Não tenho pretensões a profeta...

... nem procuro aqui deixar fórmulas para salvar o mundo.


Em geral, passo o dia 1 de Maio a trabalhar.
O trabalho, invenção moderna do capitalismo, pode ser também libertador, se conseguirmos, como diz Stiegler, fabricar conceitos.
É preciso pensar na ideologia do marketing e de como ela é destruidora de uma economia libidinal e, portanto, é suicidária.


Este ponto é fundamental. Nenhuma sociedade sobreviveu sem uma "técnica de cuidado de si" (colectivamente e individualmente), sem uma verdadeira economia.
O marketing, no sentido que o autor lhe dá, destruíu qualquer horizonte desse tipo expandindo não apenas a exaustão dos recursos energéticos (energia fóssil, etc) mas sobretudo a exaustão da sua própria energia.
As pessoas estão sem energia libidinal ou com ela à deriva, espalhando-se as depressões e as doenças psíquicas (que não tardam a inscrever-se nos corpos, claro) como sintoma fundamental de um sistema que chegou ao limite. Há que encontrar um novo modo de produção energética da existência, e não apenas da sobrevivência.
É de uma sociedade louca, uma sociedade de mafias, que temos de sair.

Procurar pensar é a minha forma de comemorar o 1º de Maio, que é também o meu dia, trabalhador que sempre fui, filho de trabalhador.

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