quando me afagas
com a ponta dos dedos
os pêlos do corpo todo,
sem o tocar,
como se à superfície
de um terreno plano
e inexplorado
ateasses minúsculas
lareiras,
quando o teu dedo
perpassa ao de leve
a periferia dos meus lábios,
provocando pequenos
espasmos:
digo, para mim próprio -
é isto, afinal,
o que chamavam amor,
essa visita que esperei
e de súbito
assim tão subtil
sobre mim se abateu
como a chuva que cai
num deserto
depois de muitos séculos
de secura,
e faz brotar flores
inverosímeis
pela pele das areias...
quando todo o peito,
e até a compreensão do mundo
se abrem
de uma forma inesperada.
voj dez. 2011
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