Pela garganta
custam-me os dias
quando tenho de te deixar ir
à tua vida
e fico a comer sozinho
qualquer coisa do micro-ondas
tentando agarrar-me aos livros
que me ligam ao que fui
para prosseguir
já não sei bem o quê
rodeado de todas as tuas memórias
que me atingem
como presenças ausentes
custam-me os dias
engolindo assim devagar
qualquer coisa
de indefinido
algo
que não me sai
da garganta
talvez o tempo
que estamos a perder
a cada instante
esta presença ausente
que vou comendo,
e custa a engolir.
voj (texto e foto) jan. 2012 loures
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