domingo, 17 de agosto de 2008

Tarefas de verão


É muito interessante fazer e desfazer a nossa biblioteca, mudar alguns dos livros que estão nas estantes para um arrumo, passar alguns dos que já se empilhavam por toda a parte para um lugar nobre (a dita estante) com tudo o que de esforço físico isso acarreta, mas também de escolhas dolorosas.
É que no meus caso "alguns" são muitas centenas, milhares até, e todo um investimento em prateleiras novas!
A pessoa apercebe-se da distância a que está de antigos interesses (são 180 graus em poucos anos... se bem aprecio o meu caso), de como toda uma nova "cultura" (não como saber acumulado, mas como conjunto de diferentes caminhos de pesquisa) entretanto nele(a) se sedimentou.
Mudar uma biblioteca pode ser renascer para uma nova vida.
Mesmo à custa de umas férias de verão... sem férias!
Espero que sim, que valha o esforço.
Para já encontrei alguns livros que procurava há anos, e outros que vejo já ter em várias línguas ou mesmo em duplicado. Não tem mal.
Há muitos que irei oferecer, como de costume, a uma instituição.

Não há nada que dê mais satisfação do que as lombadas expostas, a pessoa a precisar de um livro ou documento (artigo de revista, etc) gostoso e ir direita a ele. Poder fazer links com um distante passado, porque também há livros que vêm à tona e que foram lidos e comprados nos anos 60 e seguintes, e alguns até oferecidos por alunos meus.
Arrumar uma bibliografia, uma biblioteca, é compor uma biografia, é cartografar o que virá, é ter de interromper para, a cada passo, voltar a consultar coisas antigas, apontamentos à margem, recuperar um passado com novos olhos, eu sei lá. Bem, vou voltar ao trabalho, e deixar-me de apontamentos atabalhoados.

Sem comentários: