sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ter mão em si

Ao longo de toda uma vida, por uma razão ou por outra, qualquer um se foi apercebendo da duplicidade (melhor diria, de multiplicidade) dos outros.
Ninguém é santo. Cada um faz o seu jogo neste jogo do mundo.
Mas há várias maneiras de jogar, umas mais sérias, outras menos, umas mais respeitadoras de regras, outras menos, umas mais ingénuas e outras mais pérfidas.
Todos nós sabemos disso.
Quantas vezes vim a saber que pessoas em que totalmente confiei andavam pelas costas a dizer mal de mim. Pessoas a quem ajudei! Mas a quem não aconteceu isto?...
Quantas vezes vim a perceber que pessoas que estavam dependentes de mim para as tarefas que tinham a executar de facto pensavam que me controlavam totalmente.
Que maravilha o espectáculo do mundo.
Com que "cambada" de mentirosos e de farsantes cada um de nós tem muitas vezes de lidar, não é?
E muitos dos que o não são, ou que fazem que o não são, é porque ainda não tiraram de nós tudo aquilo que desejam ou desejariam.
Significa isto que menosprezo toda a gente, de um ponto de vista moral? Que estou desencantado? Que me coloco numa posição superior, a ver passar as tropas, como um intocável?
Não. Cada uma das pessoas que me lê sabe a que me refiro.
Não podemos confiar em ninguém, nem naquelas pessoas a quem melhor fazemos... e sobretudo talvez mesmo sejam esses os que (com algumas, raríssimas excepções) nos darão, ou tentarão dar, a maior estocada. Ou vivem pelo menos nessa esperança, engendrando maquinações.
Parece que a existência de certas pessoas lhes causa engulhos.
Estejam tranquilos, calma, que eu também morrerei um dia.


Sem comentários: