quinta-feira, 22 de maio de 2008

R. Wagner: "The RIde of the Valkyries" from Die Walkure



"The Ride of the Valkyries" from Die Walkure by Richard Wagner performed by the Radio Filharmonisch Orkest Holland conducted by Edo De Waart

Source: http://br.youtube.com/watch?v=GSKL5E3zSjs

2 comentários:

Gonçalo Leite Velho disse...

Há um excesso no idealismo alemão, que escapa à definição, que parece estar numa outra Ordem. Uma espécie de assombro, de sublime. Há nesse excesso uma chave para poder compreender a questão da ideologia, no seu arrebatamento, na sua mobilização.
Era importante compreender melhor esta questão.
Compreender o idealismo alemão é ajudar a compreender as "paisagens culturais" de Ratzel, a "arqueologia do povoamento" de Kossina. A questão do sangue e da terra, a ideia dos povos que ainda mobiliza, impregnada como está numa espécie de senso-comum contemporâneo.
E posto este excesso existe como que um trauma, uma ausência, uma fuga, do político, do ideológico, que a sociedade do mercado veio cobrir.
Na Alemanha ela assume a forma de tipologias, cronologias, metodologias várias que ajudam a cobrir a ferida através da ideia de que o científico é "apolítico". Há como que um caminho para o subterrâneo, para o inconsciente. É lá que habita a raiz para essa espécie de senso-comum que ainda alimenta os resquícios do nacionalismo romântico. O desejo deu lugar à pulsão (ou será que era esta que esteve sempre presente, desde o primeiro momento, como motor do excesso).
Resulta assim uma fúria catalogadora a que nada escapa, mas onde ainda dormem os germânicos, os celtas. O fantasma está lá, como que assumindo a forma daquele monstro mítico que dorme debaixo da terra. Assim que se escava tememos libertá-lo novamente. Só há um modo para podermos superá-lo: perceber que ele é o Outro (o grande Outro). Ele não existe senão para além de nós, no descentramento da nossa mente.
É tempo de conseguirmos olhar para debaixo da cama e enfrentar o nada que ali existe. O Deserto do Real.

Vitor Oliveira Jorge disse...

Obrigado pelas suas palavras. Por mim sinto-me ainda a entrar em tantas coisas novas... uma pessoa, quando há dias em que pode ler algo (em que não o interrompem tanto) abeira-se do deserto (ou do abismo) da sua ignorância. Dá vontade de continuar até as forças se extinguirem e finalmente descansar da vida, deste rádio que não tem botão de desligar. E no entanto (miragem?) alguns contornos começam a discernir-se. E nalguns textos, no meu caso poético, parece que vejo alguma coisa. No resto sou míope, ou cego, ou grande ciclope a quem vazaram a vista. Atarantado no meio da vida.